sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Um pequeno passo para uma mulher, um grande passo para uma vagínica.


Bom vamos começar do início, semana passada eu tinha feito uma postagem sobre como estava indo o meu tratamento e todos os meus problemas em relação a minha situação financeira instável e a provável interrupção do meu tratamento, e o meu amigo Marcelo Admus, me chamou a atenção para o fato de que no post eu não chamei a atenção para todos os contras em relação a aplicação da toxina botulínica, nas mulheres com vaginismo. Então antes de qualquer coisa vou começar falando um pouco desse assunto para depois contar o que ficou decidido na minha ultima consulta médica, e qual foi a minha ultima conquista no quesito vaginismo.
Quanto a toxina botulínica, é importante ressaltar que: 1º uma vez que o vaginismo na maioria das vezes é desencadeado por questões psicológicas, existem grandes probabilidades de que o problema não seja de fato resolvido com a aplicação da toxina, mesmo que depois da mesma a mulher não volte a apresentar sintomas de vaginismo, o problema psicológico em questão pode muito bem ser revertido para outros campos da vida, e pode gerar outros distúrbios. 2º com o passar do tempo a toxina vai perdendo o efeito e se a mulher ainda tiver questões sexuais a serem resolvidas é muito provável que volte a desenvolver o vaginismo da mesma forma. 3º muitas vezes para que os sintomas do vaginismo desapareçam de fato, mesmo que o problema seja transferido para outro campo da vida da pessoa são necessárias mais de uma aplicação. 4º aplicação de toxina botulínica não é nada barato, principalmente se você tiver que fazer mais de uma aplicação da mesma. Espero ter tirado as dúvidas em relação a esse assunto.
De qualquer forma, na semana passada eu fui para a terapia decidida a pedir a minha médica que tivesse essa conduta em função de alguns problemas financeiros que eu sei que aparecerão no começo do ano que vem. e do fato de que pretendo também investir o meu curto dinheirinho em outras formas de crescimento/ conhecimento pessoal que não tem sido possível por que tenho estado em tratamento por causa do vaginismo. Entrei na sessão decidida a esperar uma brecha na conversa e abordar o assunto, mas estávamos falando de como queríamos que fosse aquele encontro em si, quando usei um termo que ela sempre diz que não gosta e paramos tudo para falar do bendito termo. O resultado foi que em uma frase, mesmo sem saber ela me desmotivou completamente sequer abordar o assunto da aplicação da toxina, por que me levou a refletir e a lembrar por que de fato eu estou fazendo terapia.
Estávamos falando das obrigações que a sociedade nos impõe, quando ela "ocasionalmente" (o termo está entre "" por que eu sei que não foi por acaso que foi usado naquele contexto, mas ela fez parecer com que fosse...) mencionou a seguinte frase: "nós temos a obrigação de nos casarmos virgens, mas nem sabemos o que é virgindade."
Essa única frase dita assim em um contexto simples, quase me fez chorar, por que eu sei que de fato os meus motivos para desenvolver o vaginismo são em boa parte baseados exatamente nisso. E me vi com 25 anos sem saber de fato qual é a definição de virgindade, e por que isso é tão importante, ou por que me ensinaram a valorizar tanto isso, mas ninguém nunca de fato falou o que significava...
Mesmo assim pedi para ela não abordar o assunto naquele momento, eu precisava refletir um pouco sobre o assunto, me acalmar e lembrar que eu estava ali justamente para ter esse tipo de questionamento, que da mesma forma que eu tento incitar os meus alunos a ter questionamentos maiores sobre o mundo em que vivemos, a terapia servia para me fazer pensar e repensar todas essas coisas que aprendemos e passamos a vida inteira repetindo sem de fato saber o que são ou se perguntar por que as repetimos.
Na saída do consultório conversei com o meu marido um pouco sobre a questão e falamos da nossa situação financeira, que era na verdade o que estava me preocupando. Mas ele foi o anjo que ele sempre é, me tranquilizou e mudamos os nossos planos, resolvemos adiar as coisas que queríamos fazer e continuar priorizando o tratamento que no fim das contas tem ajudado nós dois.
Passei alguns dias refletindo sobre o que me chocou naquele sábado, e sei que tenho vaginismo por esse tipo de coisas, ainda estou tentando colocar as coisas no lugar que deveriam estar na minha cabeça, mas não é simples desaprender tudo o que se levou uma vida inteira para se absorver. Ainda falta muito para colocar ordem na casa, mas eu sei que vou chegar lá.
De qualquer forma ainda tenho mais uma coisa para contar hoje, e essa foi uma conquista que me deixou extremamente animada...
Hoje tive um momento ruim do meu dia, uma hora em que me senti estagnada em relação ao tratamento do vaginismo, como se eu estivesse simplesmente sem fazer nada para de fato chegar a cura, como se eu tivesse pensado por muito tempo que apenas ir na terapia fosse resolver todos os meus problemas.
A minha médica já tinha me dado alguns exercícios que contavam com introdução principalmente do dedo na vagina, mas eu tinha feito poucas vezes, e ficado um pouco frustrada ao tentar inserir um absorvente interno sem sucesso, por isso tinha deixado esses exercícios meio de lado, e não estava me preocupando por que ela disse para eu só realizá-los quando estivesse me sentindo segura para isso.
Então peguei meu espelho, meu lubrificante vaginal, meus absorventes internos, coloquei uma música bem relaxante, e tentei primeiro introduzir o dedo indicador. Não foi fácil, mas pelo menos agora estou aprendendo a controlar os músculos do assoalho pélvico, então quando começo a sentir dor me concentro em relaxar essa musculatura. Consegui introduzir o dedo sem lubrificante, era hora de tentar o absorvente (daqueles que tem aplicador...), e aí me peguei pensando, caramba, o absorvente não é tão maior que o meu dedo, se eu consigo o dedo vou conseguir o absorvente também. Dei um banho de lubrificante no absorvente e lentamente foi introduzindo, me forçando a relaxar, e quando menos esperava ele estava inteiro do lado de dentro e a dor foi tão pouca que eu quase não senti.
Passei o resto do dia super feliz com o meu pequeno grande passo, tão feliz que até mandei um sms para a minha terapeuta que me respondeu com um belo parabéns e palavras de incentivo...

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Meu tratamento e o impasse da toxina botulínica.

 

Faz um tempo já que não venho postando nada aqui referente ao meu tratamento especificamente. Na verdade precisava de um tempo para amadurecer tudo o que tenho descoberto sobre mim mesma na terapia, e para compreender melhor quem é essa nova pessoa que está desabrochando de mim mesma, que na verdade já estava aqui, mas muito bem escondida atrás de todas as convenções sociais e das opressões religiosas/familiares sofridas durante mais de 20 anos.
O que tenho para contar é animador e ao mesmo tempo não tão empolgante assim. Que a terapia tem dado bons resultados, não há como contestar, sou literalmente outra pessoa. Não tenho mais todo o pudor que tinha ao falar de sexo, não acho as coisas mais erradas nem me escandalizo mais com tanta facilidade quando o assunto é esse. Sei que não existe como fazer tratamento de vaginismo sem a terapia, por que os assuntos que trabalhamos são muito importantes para o nosso amadurecimento, inclusive toda aquela maturidade que não tem muito a ver com sexo. Na verdade quando penso em mim antes da terapia, me vejo como uma criança brincando de ser adulta, por que de fato encarava as coisas dessa forma, como se as coisas que a sociedade dizia serem erradas de fato fossem, e que sexualidade fosse uma coisa simples, onde há um certo e um errado e a mulher que gosta de sexo, ou que se sente confortável com ele é pior do que uma prostituta.
Quando penso nessas coisas me dou conta do quanto a sociedade e a mídia influenciam na formação do nosso pensamento e do nosso caráter. Mudar todas essas concepções me tornou uma pessoa muito mais consciente, realizada e feliz. Contribuiu muito para um “evolução” do meu relacionamento com o meu marido, da mesma forma que eu tem desabrochado de formas que eu não esperava, e acredito que o meu marido também não. (rsrsrsrs)
De fato a terapia só tem me feito bem. E posso dizer que avancei muito desde que comecei em abril desse ano. Tive muitas evoluções em tão pouco tempo, principalmente por que só vejo a minha médica duas vezes por mês. Acredito que a minha maior conquista em tão pouco tempo foi o exame médico, na verdade uma mistura de exame médico e aula de anatomia da qual o meu marido também participou. Na verdade foi como ser um daqueles bonecos que a gente vê em hospitais e em escolas, mas muito mais didático do que olhar um boneco estranho e mal explicado. Mas a maior conquista desse dia foi, não me sentir desconfortável praticamente nua na frente de duas pessoas vestidas (minha terapeuta/ginecologista e o meu marido), na verdade para mim foi algo extremamente natural, para ser sincera foi até divertida...
Agora ganho uma nova lição de casa a cada consulta, tenho feito muitos exercícios de contração e relaxamento da musculatura do assoalho pélvico, e comecei a tentar penetrar alguns objetos, na verdade até o momento apenas cotonetes, por simples insegurança minha. Descobri finalmente o que é o meu bendito hímen (hoje eu penso que coisa mais absurda, ter uma parte de mim tão polêmica e absurda e na verdade nem saber o que é, acho que é a coisa mais idiota que pode acontecer com alguém...), e vi que de fato ele já está um pouquinho rompido mesmo, pelo menos isso indica que ele não é complacente, o que para mim já é um grande alívio...
As evoluções têm sido muitas, e me orgulho cada vez mais de ver o quanto já avancei nesse caminho em busca da cura, e mais feliz ainda em ver que esse caminho não é tão complicado, nem tão desesperador quanto nos parece no início, quando ainda não temos tratamento, ou quando o tratamento ainda é muito novo para que possamos enxergar tudo isso.
Bom, agora vamos ao impasse da questão.
Faz umas semanas que tenho me pegado pensando em uma alternativa que a minha terapeuta/ginecologista tinha comentado comigo no inicio do tratamento, que ela só fazia em casos específicos por motivos específicos, mas que era se não a cura de fato, levam a ela de forma mais rápida. Vocês que lidam com o assunto a bastante tempo já devem ter sacado do que eu estou falando. De fato estou me questionando sobre o uso da famosa toxina botulínica no tratamento do vaginismo, nosso tão polêmico Botox®.
Ela já tinha me dito que aplicou em outra paciente, mas que não recomendava por que as causas do vaginismo são psicológicas, e normalmente quando se toma esse tipo de atitude você transfere o problema para outro aspecto da sua vida. Entendo que temos que lidar com as nossas dificuldades, com os nossos complexos e etc, etc, etc. Mas também estou em um momento decisivo financeiramente, uma vez que com o final do ano a minha vida profissional volta a ser incerta. Sei que a terapia já me trouxe milhões de avanços como pessoa, mas não quero ter que interromper o meu tratamento sem um grande avanço físico.
Ainda estou tomando coragem para conversar com a minha médica sobre essa decisão, e na verdade estou rezando para que ela não se recuse a realizar esse procedimento, ou simplesmente o desaconselhe. No início fiquei muito depressiva quando me peguei pensando nisso, pelo simples fato de que me pareceu estar desistindo de tudo o que consegui a te aqui e dizendo que não sou capaz de conseguir sozinha, mas na verdade não é isso. Quero fazer a aplicação e continuar a terapia, mas tenho medo da possibilidade de ter que parar e perder tudo o que já conquistei até aqui.
De qualquer forma ainda estou amadurecendo a ideia, lendo muitos artigos na internet sobre o assunto, para depois conversar com a minha terapeuta.
Quero aproveitar o post de hoje para fazer uma indicação literária a todas as pessoas que buscam tratamentos alternativos para o vaginismo. Eu encontrei um livro muito interessante, e bem baratinho, diga-se de passagem, que fala um pouco da utilização de florais no tratamento de disfunções sexuais, chama “O sexo e as flores” a autora chama Liany Silva dos Santos. Muito interessante para aquelas pessoas que assim como eu procuram outras formas de nos levar a cura.
Espero que tenham gostado do meu retorno.
Beijos e sucesso a todos (as)!!!!!!!

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

CONTRADIÇÃO


Ainda consigo ficar impressionada com o tamanho da hipocrisia e da opressão das pessoas do nosso país. Por que sinceramente o tumulto que uma cena de dançarinos nus tem causado na internet tem me deixado em choque.
Antes de mais nada estamos falando de um programa direcionado para adultos (e mesmo que não fosse, crianças também tem corpos e não nascem vestidas, e na verdade acho que ela só enxergam o fundamento das roupas por que são ensinadas pelo adultos...), com a proposta de discutir Amor e SEXO. E antes que se diga qualquer coisa sexo por definição não é MASCULINO e FEMININO? A maior forma de expressão de masculino e feminino no nosso corpo não são os órgãos genitais, perpetuamente escondidos sob várias camadas de roupas?
Na minha opinião o escândalo das pessoas em relação a isso, só prova o quanto a nossa sociedade ainda é extremamente reprimida em relação a sexo, e isso se reflete em quase tudo o que vivenciamos. Muitas pessoas acreditam que o funk é a maior prova do excesso de liberdade sexual, na verdade se analisarmos a situação de uma forma mais critica e menos baseada no senso comum, vamos perceber que a questão do funk é exatamente o contrário. É a maior das consequências da repressão sexual que sofremos por tantos séculos. As coisas são muito escancaradas no funk com a intenção de chocar, de jogar na cara da sociedade que sexo é isso mesmo e que fazemos mesmo, tanto que faz mais sucesso entre os adolescentes que passam exatamente por essa fase, e digo isso por que quando eu estava com essa idade as minhas atitudes era exatamente assim. Mas o que mais percebo é que entre essa mesma população de adolescentes, que amam o funk, acontece na realidade duas coisas após o fim dessa fase, aliás em função de tudo isso muitas vezes é encerrada previamente em função de gestações não planejadas, e esse é o primeiro fim da fase funk, a segunda coisa que acontece, e que quando crescem se saem dessa fase de normalmente viram o que eu chamo de evangélico de cabresto (que fique bem claro que eu não tenho nada contra nenhuma denominação religiosa, apenas não suporto fanatismos e repressões religiosas...), uma atitude que na verdade se baseia mais na culpa que eles sentem por ter tido atitudes sexuais tão exacerbadas do que em função de fé propriamente dita.
Tradução a opressão sexual é tão grande na nossa sociedade que até mesmo os jovens que por um tempo tentam mesmo que da forma errada se libertar acabam sucumbindo a toda essa hipocrisia e depois acreditam estarem errados.
Não sou fã de funk, nem grande defensora desse estilo musical, se é que dá para chamar assim, mas acredito realmente que essas coisas só existem por que a nossa sociedade ainda é muito opressora e machista.
Como falar que a música fala mal da mulher, quando várias meninas gostam, quando estão acostumadas a serem chamadas assim pelas mães, pelos pais, pelo avós, que mal tem se em casa são tratadas da mesma forma? Na verdade elas estranham é na escola quando o professor se refere a elas com respeito e com carinho, aí a resposta é a agressividade.
Nossa sociedade ainda tem muitos tabus a quebrar, e no fim antes mesmo do tabu do sexo primeiro deva-se quebrar o tabu do nudismo. Afinal por que só a mulher fazer nu frontal na televisão não é impactante? Por que quando um homem aparece em nu frontal é errado? E por que no carnaval a Globeleza pode aparecer pelada no horário que for e ninguém se incomoda mais, mas um programa que se propõe a falar de sexo no meio da madrugada não pode ter dançarinos nus? Muito contraditória toda essa situação...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Médicos cubanos?!?!?!?!?!?!




Estava hoje acompanhando os manifestos pelo Brasil a fora, quando vi que o manifesto do dia na verdade é de médicos, que são contra o que nós, a mídia e as redes sociais chamamos de "importação de médicos". Apenas para os que por alguma razão não sabem o que vem acontecendo, vou explicar melhor qual é o projeto do governo brasileiro e qual é a polêmica em volta de tudo isso.
O nosso querido governo (não posso aqui falar apenas de presidente, afinal de contas nada é aprovado apenas pela presidência), está com um projeto que visa trazer médicos de Cuba para atender aqui no Brasil, uma vez que a nossa saúde é precária e coisa e tal e tal e coisa.
É claro que os médicos brasileiros são contra, como assim, você vai trazer pessoas de outro país para fazer o que os profissionais daqui já fazem?
Mas aí entramos em dois empasses que ninguém se lembra de falar, na verdade três, mas o terceiro vai ser discutido com toda certeza, uma vez que é contra o governo, e tudo o que é contra o governo da audiência e polêmica.
Então já que é para falar e polêmica, que comecemos pelo terceiro ponto, vamos falar da parcela de culpa do governo nisso tudo, é claro que não temos investimentos na construção de novos hospitais, que os hospitais que já existem, muitas vezes não tem materiais nem estrutura para alguns tratamentos e exames, isso é evidente dentro da nossa sociedade, todas as pessoas que já precisaram do Sistema Único de Saúde, o nosso famoso SUS sabem disso, ou já passaram por algum problema relacionado a falta de materiais e investimento em geral nos nossos hospitais e postos de saúde, agora lindamente chamados de UBS (Unidade Básica de Saúde), mas que continuam funcionando como os nossos antigos postos, pois a única mudança real foi o nome mesmo. O nosso governo de fato não investe como deveria a verba da saúde, isso sem contar que os médicos, pelo menos os contratados pelo Estado de São Paulo, ganham tão mal quanto os professores e os policiais. E realmente não existe por que trazer médicos de outros lugares se não temos condições de trabalho digno nem para os médicos que estão aqui. Ponto essa é a parcela de culpa dos nossos governantes.
Agora vamos discutir os outros dois pormenores que nada tem a ver com os políticos. Antes de qualquer coisa estamos falando de um blog voltado para as pessoas que de alguma forma sofrem com o vaginismo, acredito que não seja uma situação estranha apara ninguém que já começou o tratamento, ou estar começando, ir a um ginecologista, que na verdade nunca ouviu falar sobre vaginismo, e não sei se é por não saber do que se trata faz aquele exame físico que é como cortar a mulher por dentro, e realmente acredita que na verdade é frescura da mulher, afinal ela não pode estar sentindo tanta dor! Ou aquele médico que sabe do que se trata, sabe que o tratamento é mais complicado do que um psicólogo pode dar conta, mas te indica aquele "profissional" amigo que é psicólogo, e ainda tem a cara de pau de dizer que o seu parceiro vai te largar se você não conseguir permitir a penetração vaginal logo (como se isso fosse uma opção sua, mais uma vez, uma frescura da mulher), pelo menos eu passei por ambas situações quando comecei a procurar tratamento.
Então o primeiro contraponto que temos aqui é que muitas das especialidades médicas não são do interesse dos nosso médicos, e não digo isso apenas baseada nas minhas experiências, já ouvi relatos desse interesse da minha própria médica ao compartilhar casos médicos que tem a ver com sexualidade.
E agora vamos finalmente ao ultimo ponto, para quem não sabe, no interior do país, sabe, realmente no meio do mato, onde não há computadores e internet, precisa-se desesperadamente de médicos, a remuneração inclusive é absurdamente maior, mas os médicos não se interessam em ir trabalhar nesses locais, inclusive por que se aqui o investimento em equipamentos hospitalares já é tão pouco, imagine nesses locais, então nada mais simples do que trazer gente de fora que desconhece essa situação, lhes prometer a mesma remuneração e jogá-los nesses lugares, onde quase não existem recursos..., bom, voltamos a falar mal do governo! Mas além da cupa óbvia dos nossos governantes nesse assunto, vamos pensar um pouquinho, antes de explodir as ondas de protestos pelo país a fora e de surgir esse projeto da "importação" de médicos, ninguém se pronunciou, exigindo mais recursos para a saúde das áreas mais remotas do país, por que agora?
O fato é, não sou completamente a favor dos médicos, mas também não sou completamente a favor do governo, acho que a nossa sociedade ainda tem que mudar muito para ser no mínimo aceitável, e acredito que nós vagínicas deveríamos também estarmos lutando por nossos direitos, ou pelo menos pelo direito de ter um tratamento digno nos hospitais e um acompanhamento de verdade, não o faz de conta dos centros de tratamento como o CATVA.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

O exercício do espelho



Estou um pouco atrasada em relação ao objetivo primordial desse blog, que é contar como está sendo o meu tratamento,mas pretendo colocar isso em dias agora que finalmente entrei de férias!
Bom agora estou num trabalho realmente psicológico com a minha terapeuta, conversamos bastante já sobre o fato de sexo ser tabu e por que, falamos sobre atos sexuais, sobre relação sexual, sobre sexualidade e distúrbios sexuais masculinos e femininos.
E agora finalmente entramos na fase dos exercícios para fazer em casa, que também ainda tem muito mais a ver com a questão psicológica presente no vaginismo do que com as questões físicas.
O nosso (digo nosso, por que o meu marido, que frequenta as sessões comigo também tem que fazer, mesmo que seja sozinho) primeiro exercício parece muito simples a nossos olhos e só quando começamos a fazer nos demos conta do quanto poderia ser incomodo. Se tratava de, uma vez por dia, durante 10 minutos nos olharmos no espelho, primeiro o rosto e depois ir descendo (obviamente que o exercício deveria ser feito sem roupa, afinal se olhar no espelho vestido acho que todo mundo olha o tempo inteiro), mas só olhar o próprio corpo por 10 minutos diários!
Tenho que admitir que de início, foi horrível! Acho que estamos tão acostumados a nos olharmos no espelho em busca de saber como ficou nossa combinação de roupas, que nos ver sem a mesma é como não ter objetivos; eu como mulher obviamente me preocupei com gordura (engordei muito desde que casei, principalmente por que tive um problema hormonal que me deixou sem menstruar por quase 6 meses, e aparentemente é impossível emagrecer sem menstruar, muito pelo contrário, você só vai ganhando peso com o passar do tempo, em função da retenção de líquidos, acredito eu), e quando me vi no espelho a primeira imagem que me veio a cabeça como comparativo foi a Vênus Neolítica, e eu a tive que enfrentar. Com o passar do tempo as coisas foram ficando mais fáceis, mesmo por que estou em um processo de emagrecimento agora que os meus hormônios estão voltando ao normal, e foi ficando mais fácil me olhar desnuda, perceber o que gosto e o que não gosto no meu próprio corpo.
Duas semanas depois a minha médica explicou que o objetivo do exercício era de fato nos enxergar e não ver a imagem que queremos passar para as outras pessoas, por isso era tão difícil e incomodo ficar diante do espelho, e nos passou a segunda parte do exercício, que também pareceu fácil quando ouvimos, mas que se mostrou mais difícil que a primeira parte como é esperável.
Na segunda parte do exercício tínhamos que além de nos encararmos frente ao espelho, nos acariciarmos (separadamente), para ver quais as reações que tínhamos nas diferentes partes do nosso corpo, mas ainda não devemos tocar em nossos órgãos sexuais.
Acredito que foi mais difícil do que se eu pudesse me concentrar nos meus órgãos sexuais, e muito mais difícil do que apenas olhar, tanto que fiz muito mais o exercício de apenas olhar, do que o de tocar, primeiro por que, me parece de uma certa forma, que mesmo que o tempo que usamos para fazer isso seja o mesmo, dure mais e exija mais de mim do que só ficar me olhado.
É quase como explorar um lugar desconhecido, mas que já vimos diversas vezes em fotos, mas é estranho por estarmos falando do nosso próprio corpo.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Será que a indignação nunca vai me abandonar???



Pessoal só estou meio sumida, por causa da correria da minha vida profissional mesmo, fim de bimestre na vida de professores é um inferno!!!!rsrsrsrsrs
Na verdade hoje eu tinha pensado em falar de um assunto que na verdade tem pouco a ver com o vaginismo, mas vi um comentário de uma leitora do blog e me revoltei!
Como é que pode um centro que abre com a proposta de ajudar mulheres com distúrbios sexuais, demorar mais de 8 meses para fazer o SEGUNDO contato com a paciente? Principalmente considerando que quase não existem centros nem profissionais especializados no tratamento de distúrbios sexuais? Se for assim nem precisa fazer alarde sobre a abertura do atendimento, afinal espera e atendimento precário não são novidades nesse nosso país!
Agora mais do que nunca entendo por que praticamente todas as vezes que entro aqui vejo pessoas pedindo o contato da minha terapeuta! Por que sinceramente se formos esperar alguma coisa da saúde pública brasileira, estamos muito sem futuro nesse mundo!
Começo a pensar nesse momento de revoltas mil (finalmente nesse país de gente conformada!!!), que o maior erro que nós vagínicas cometemos é termos vergonha do nosso distúrbio, mesmo sabendo que é um assunto extremamente pessoal e que pode afetar a nossa vida em vários aspectos, não deveríamos ter tanta vergonha assim! Não estou dizendo para sairmos gritando aos quatro ventos os problemas que temos, mas que comecemos a lutar mais pelo nosso direito a um tratamento digno e a uma cura rápida se possível! Vamos mandar e-mails insistentes para os órgãos responsáveis pela saúde pública, vamos reivindicar leis que nos assegurem o tratamento, e o tratamento digno e descente! Nós temos o direito de ter o tratamento na rede pública! É obrigação do Estado!!!!
E toda essa indignação me lembra do assunto que eu queria tratar aqui inicialmente, estava passeando pela internet com o meu marido quando vimos o vídeo de um vlog que ele é acostumado a acompanhar, onde estava-se discutindo um novo estatuto em votação; no momento nem liguei muito por que o cara gosta de fazer escândalo por coisas quem nem sempre concordo. O fato é que achei que fosse jogada de marketing pra conseguir audiência, até que hoje comecei a ver protestos pela internet a fora tratando do mesmo assunto e me indignei!
Estou falando nada mais, nada menos do ESTATUTO DO NASCITURO! Pois é, segundo o qual, uma criança fruto de um abuso sexual não poderá ser abortada, e a penalidade para o causador do abuso seria ter o nome na certidão de nascimento e pagar pensão a criança até que a mesma complete 18 anos!
Bom, não sei se alguém por aqui já percebeu que eu tenho a tendencia feia a ser explosiva, mas como isso me indignou e me chocou! Acredito que muitas das mulheres que leem esse blog foram vítimas de abusos sexuais, afinal não é segredo para nenhuma de nós que uma das causas do vaginismo é exatamente essa, então todas vocês que já passaram por esse trauma, imaginem se surgisse uma criança, fruto desse abuso: não seria extremamente complicado criar um filho que foi concebido nessas condições? Olhar no rosto dessa criança e ver os traços da pessoa que mais te desrespeitou na vida? E ainda por cima conviver com o nome dessa criatura no documento que atesta a existência do seu filho e ainda sustentar a criança com as migalhas que esse monstro vai lhe dar como se de alguma forma isso diminuísse o seu sofrimento ou o da criança?
Onde é que esse país vai parar? Quando é que vão parar de aparecer coisas tão absurdas? Já não basta não ter segurança, nem educação, nem saúde, seremos abusadas e ainda precisaremos lidar com a responsabilidade de tudo como se fosse a nosso completa culpa? Só falta agora dizerem que ainda estamos pagando pelo pecado da tal da Eva, e que os homens estão mais do que certos em nos violar por aí, afinal a única responsabilidade deles é "sustentar" a criança depois de tudo!
E quando eu grito por um Estado Laico as pessoas ainda me viram as costas como se fosse uma grande heresia criticar igrejas e lutar por direitos civis! Quero ver quando vocês e suas filhas forem abusados e ganharem pensões como recompensa e o pensamento consolador de que afinal é isso o que você merece por ser mulher!
O que mais vamos fazer em nome de religiões? O que mais vamos aceitar em nome de quem diz que fala por Deus, mas que na verdade não se preocupa com nada além da própria felicidade e do próprio conforto? Quando é que vamos parar para pensar que talvez Deus também queira que sejamos felizes apesar de tudo?
Enfim, muito cansada dessa Idiocracia, e dessa sociedade HIPÓCRITA E MACHISTA!

domingo, 19 de maio de 2013

Falando de assuntos polêmicos...


Desde que comecei a terapia sexual e comecei a ouvir as explicações da minha médica sobre energia sexual, venho me perguntando qual o motivo das polêmicas envolvendo o tema SEXO. Por que, afinal de contas
falar de sexo na nossa sociedade é tabu. Há tempos tudo isso tem me incomodado, e feito com que o meu pensamento vague na esperança de descobrir a resposta para essas perguntas.
Até que enfim, a terapeuta resolveu que era hora de falarmos do assunto! Um assunto que na verdade ela trataria mais para frente do tratamento, mas que no meu caso era um tema importantíssimo, por que sempre que falávamos do assunto de alguma forma ele voltava a ser tratado como um problema social e religioso e era claro o quanto isso me incomodava!
Antes de qualquer coisa, foi importante descobrir que sexo importante para todos os seres humanos do planeta, é natural e qualquer pessoa que diga o contrário está sendo altamente hipócrita! Além de ser importante é natural, e além de ser natural, a energia sexual que nos move é vital para todos os seres, é como respirar, comer e tomar água! Todos temos energia sexual, todos a usamos, mesmo que não seja direcionada exatamente ao sexo, é a energia de vida que nos move!
Mas aí voltamos as minhas questões iniciais, se sexo é tão bom e tão vital, por que todo esse tabu em relação ao assunto?
E o que me deixou mais irritada é que é uma resposta tão óbvia!!!!
Tudo começa com a religião, quando somos crianças e aprendemos que sexo é pecado, aliás que qualquer coisa relacionada a nossa queria área genital é feio e deve ser proibido, e quando você cresce (pelo menos foi assim comigo), que a sua família quando fala de sexo, apenas fica firme na afirmação de que antes do casamento é pecado, que é feio, e que mulher que faz sexo com um homem que não é o marido dela é vagabunda! Sabe, toda aquela ladainha do "pecar contra a castidade", e "se você fizer sexo, vai engravidar e isso vai me envergonhar pelo resto da vida" (a segunda frase foi bem mais presente na minha formação...), tudo isso por mais que normalmente a gente não queira ver, foi aprendido pela minha mãe no seio da religião (minha mãe é católica praticante, mas pode-se dizer isso de qualquer religião cristã, uma vez que a maioria das religiões cristãs tem os mesmos fundamentos), e afinal de contas o que pode ser pior para uma pessoa que aprendeu a valorizar a família do que descobrir se o que fizer de mais natural vai envergonhá-los e ainda estará sujeito ao castigo divino?
Começamos então dizendo que sexo é tabu, por opressão religiosa, e opressão religiosa serve para manipular massas (bom se você é uma daquelas pessoas que acreditam que a Igreja, seja ela qual for, tem o objetivo único de apenas fazer o bem, e que tudo isso é intriga dos descrentes, da mídia e da Rede Globo, é melhor parar de ler esse post por aqui!), e manipular massar sempre é produtivo dentro da política, logo é clara a parceria entre esses dois âmbitos, e se você acha que essa parceria não existe, comece a listar mentalmente quantos deputados, vereadores, senadores, etc etc etc são sacerdotes ao mesmo tempo que exercem essas funções políticas! Fez mais sentido agora?
Fiquei meio chocada de sobretudo não ter pensado nisso antes, só não fiquei ainda mais, por que me reconheço como oprimida e manipulada em relação a minha energia sexual todo esse tempo!
Mas agora sabendo a reposta, me sinto, bom para ser sincera nem sei como descrever o que sinto, por que por uma lado fiquei ainda mais revoltada, em pensar que se manipulam instintos tão naturais dos seres humanos, por outro lado sinto pena de todas as pessoas que são manipuladas, não percebem e não querem perceber por que isso abalaria de mais os seus princípios, na verdade senti vontade de me excluir do mundo por um tempo, por que é muita coisa ruim na nossa sociedade, é muita gente sedo prejudicada (assim como eu e todas as vagínicas pelo mundo) pela manutenção dos interesses dos outros!
Nem consigo ver outra forma de terminar esse post que não seja assim, revoltada, enojada com a sociedade, com raiva e com pena de todas as pessoas que vivem em função da religião, mesmo que elas também sejam hipócritas!


domingo, 28 de abril de 2013

Contradições!

Olá pessoal!
Ensaiei muito para começar uma nova postagem, por ter muitas coisas pululando na minha cabeça nesse momento, mas aqui estou escrevendo para vocês mais uma vez!
Acredito que isso aconteça em qualquer momento na vida de todas as pessoas e provavelmente o tempo inteiro, mas existem momento em que os sentimentos e os pensamentos se intensificam e a única coisa que se pode querer é sentir-se livre de todas as coisas! É mais ou menos o que venho sentindo ultimamente quando penso no tema desse blog.
Não por nada, meu marido não me cobra, minha terapeuta tem sido um anjo que apareceu na minha vida e me ajudado bastante, ao contrário do que acontecia quando eu frequentava a psicologa do posto, nunca saio de uma sessão com a sexóloga deprimida, parece que existe uma luz que emana da minha médica que afasta todas as coisas ruins e pesadas que se pode esperar de um tratamento de saúde (que fique bem claro que essa não é uma visão romântica da situação, apenas um fato, a minha médica é uma daquelas pessoas que faz com que você se sinta bem, mesmo que você esteja enfrentando um problema muito difícil, e isso tem sido muito importante para mim), sem contar que o apoio incondicional do meu marido, também tem sido algo muito além das minhas expectativas. Como já disse aqui em outras ocasiões, temos nos divertido bastante na terapia.
Mas apesar de tudo isso estar sendo muito positivo na minha vida, ainda assim existem momentos em que aparece o velho e mal desanimo, a sensação de ser uma pessoa incompleta por não conseguir alcançar uma coisa que para o resto do mundo parece tão comum e fácil! Sem contar que antes de qualquer coisa, quando finalmente tive coragem de procurar tratamento não foi apenas em função do vaginismo, sempre existiram mais problemas hormonais na minha vida com os quais eu deveria me preocupar além do vaginismo. Problemas que agora estão caminhando para serem resolvidos, mas que ainda não foram e essa ansiedade também me prejudica, eu sei, mas ainda não aprendi uma forma de controlar esse meu lado.
Estava agora a pouco a ler um relato de uma moça com vaginismo que se curou rapidamente, e sinceramente, morri de inveja! Afinal de contas, qual de nós não morreria de inveja de uma situação assim? E as coisas para ela foram de certa forma muito simples, ela sabia o motivo da manifestação do vaginismo ( um abuso sexual sofrido na infância), e simplesmente decidiu aceitar que podia ser feliz sexualmente, que poderia ter penetração e as coisas funcionaram meio que magicamente.
Começo a pensar que lá no fundo nós sabemos os motivos que nos levaram a desencadear o vaginismo, pelo menos eu acredito que sei o meu (embora não duvido que possa descobrir na terapia que o motivo é uma coisa que eu nem imaginava que me incomodava...), sei o que me incomoda, mas é algo que me incomoda tanto que entendo o fato de não conseguir lidar com isso sozinha e precisar da ajuda da minha terapeuta linda, mesmo por que na minha cabecinha problemática a solução seria resolver o que me incomoda, mas como resolver algo que envolve toda uma sociedade?
É simples, o que me incomoda foi ter sido criada em uma sociedade cheia de gente hipócrita, que te faz acreditar fazer coisas que na verdade ninguém faz! Estou começando a crer que religião é o mal da humanidade, bom na verdade para ser bem mais especifica, o cristianismo é o mal da humanidade! Não, não sou satanista nem tenho nenhum problema com Jesus, o que acontece, e que me incomoda é como tudo isso tem sido usado para manipular as pessoas, deixá-las paranóicas. Eu venho de uma família católica e machista, o que já é uma bela combinação, mas me parece que atualmente as pessoas estão propagando mais preconceitos e ideias sem fundamento com o único propósito de dizer que a felicidade do outro é errada, e que as crianças devem ser podadas naquilo que na verdade não faz mal algum a elas, mas ninguém se importa de verdade em dar educação a essas crianças, o que acontece é que os comportamentos que devem ser corrigidos ninguém corrige, e aqueles que de fato fazem parte da personalidade que aquela criança um dia vai desenvolver e que vai ser vital para que ela se torne um adulto pleno, isso sim é podado e "corrigido" segundo padrões que nem mesmo seus corretores e podadores.
Com todo o fanatismo religioso que se espalha pela nossa sociedade a única coisa que consigo vislumbrar no horizonte são muitas gerações de vagínicas, de homossexuais com problemas psicológicos por não terem a coragem de assumir o que são e pessoas com a mente cada vez mais fechada, e isso é só a minha visão de quem conhece poucos problemas psicológicos.
O fato é que o fanatismo não faz mal ao fanático, mas as pessoas que o cercam, que em algum momento acreditam que aquela pessoa em algum momento da vida foi realmente a pessoa que diz ser, correta, cheia de uma moral, que depois de um tempo você vai descobrir que ninguém tem e que no fim das contas não é saudável ter, mas quando se descobre isso você já foi afetada por essas pessoas e suas ideias destorcidas do mundo e dos seres humanos.
E como eu tenho raiva de ver as pessoas continuarem a propagar os mesmo falsos ideais, as mesmas ideias contraditórias que vão prejudicar a vida de tantas outras pessoas!
Talvez no dia em que eu aceitar que não sou capaz de mudar o mundo, me sinta mais leve!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Fazendo muita terapia...rsrsrsrsrsrs


Essa semana estou mais livre de trabalho, então lá vem postagem!
De vez em quando sempre gosto de escrever aqui por que leio textos na internet sobre vaginismo e as pessoas parecem sempre tão tristes e tão concentradas no vaginismo o tempo inteiro, que me pergunto como elas conseguem viver.
Tenho que admitir que a minha jornada com/contra o vaginismo é recente, que eu não sou como muitas das mulheres que vejo dar depoimentos na rede que convive com o problema e com os companheiros há 6, 7, 8 às vezes 10 anos, sem cura e com mais interrupções no tratamento do que tratamento em si. E não pretendo ser assim! o meu objetivo é seguir com o tratamento até o fim sem pausas, afinal quero me libertar o quanto antes dessa situação, dessa amarra psicológica que carrego comigo.
Mas o que me deixa impressionada é que parece que as pessoas APENAS falam de vaginismo e dos problemas decorrentes do mesmo, é como se olhassem para os parceiros e vissem apenas a falta de penetração. Será que é assim mesmo que funciona?
Tenho essa dúvida por que eu e o meu marido fazemos praticamente tudo juntos desde que começamos a namorar, sempre tivemos os mesmos interesses, compartilhamos as mesmas distrações, então a diversão sempre foi meio que uma prioridade no nosso relacionamento.
E o companheirismo também sempre foi meio que o nosso forte, afinal desde que casamos o vaginismo não foi a única doença que nos apareceu desde que casamos. Acho que nunca contei aqui que pouco tempo depois que casamos e descobrimos o meu vaginismo, também descobrimos que o meu marido é diabético, e de cara isso causou grandes complicações no nosso cotidiano que nem estava exatamente estabelecido ainda, mas juntos sempre demos conta desses problemas de percurso.
Entendo que o sexo seja de extrema importância dentro de um relacionamento, ma como já disse antes, sexo não significa estritamente penetração vaginal! Eu sei que a penetração é importante, mesmo por que se não fosse esse blog não existiria e nós não estaríamos aqui tratando desse assunto, mas a penetração para mulheres com vaginismo tem que ser uma meta a ser alcançada, não um motivo para que não se tenha NENHUMA experiencia sexual! Existem outras formas de sexo e elas devem ser aproveitadas sim! Com calma e tentando manter em mente que todas as formas de sexo são naturais, saudáveis e benéficas ao casal, e que nada, nenhuma vontade ou limitação na relação sexual deveria ser vergonha para ninguém.
Eu mais do que ninguém sei que tudo isso é difícil, mas se não começarmos de algum lugar, nunca conseguiremos dar nenhum passo rumo a lugar nenhum, ficaremos eternamente estagnadas nessa prisão sexual psicológica, imposta por nós mesmas e por uma sociedade hipócrita cheia de falso moralismo, e de uma cristianismo contraditório e ultrapassado!
Tentem desencanar tento em relação ao sexo que as coisas ficam mais fáceis e começam a se resolver mais rápido!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Terapia sexual em casal!


Ai gente, demorei muito para publicar outro post em função das correrias do cotidiano, e ultimamente na minha vida tem sido difícil até parar em casa cinco minutos e ter tempo e paz espiritual para poder escrever qualquer coisa!
Enfim, como já tinha dito no post anterior, finalmente consegui começar a terapia com a sexóloga, e sendo bem sincera, mesmo que no início eu estivesse muito empolgada com a ideia, mas achando meio difícil de imaginar, tá sendo super legal, por mais estranho que isso possa parecer.
Nossos assunto de início tem sido bem básicos mesmo, mas bastante necessários, conversamos bastante sobre o que significa sexo na vida das pessoas, qual a importância da energia sexual no nosso cotidiano, etc etc etc, o que tem sido mais interessante é que o meu marido está sempre por perto, é como se fizéssemos aquelas terapias de casais que aparecem nos filmes, com a diferença de que não estamos ali por que temos um problema em nosso relacionamento causado por nós mesmos, estamos tentando resolver os meus problemas e ele está ao meu lado de todas as formas que poderia estar.
É obvio que isso tem fortalecido o nosso relacionamento enormemente, e o mais legal é que com toda essa conversa eu tenho conseguido me soltar mais com ele no que se relaciona a sexo, temos tido momentos muito divertidos e prazerosos, claro que por enquanto sem penetração, mas muito mais tranquilos e relaxados e livres do que era antes.
Tem sindo bastante produtivo, para nós dois, e começo a pensar que terapia sexual TEM que ser feita a dois, afinal, o sexo não é o que se busca nesse tipo de terapia? E o sexo não tem que ser feito a dois? Logo qual o sentido de nos separarmos de nossos parceiros nesse tipo de momento? E de qualquer forma é muito fácil jogar toda a responsabilidade pelo tratamento nas costas da mulher apenas pelo fato de que o problema é no corpo dela, mas não é o nosso corpo que vamos dividir no momento do ato sexual?
De vez em quando temos a visão freudiana de que todos os nossos problemas psicológico relacionados a sexo tem a ver com a nossa família, mais especificamente com nossas mães, mas começo a perceber que não é exatamente assim, por que afinal de contas por mais reprimidas por nossas famílias que possamos ser, sempre temos a opção de seguir nosso caminho da maneira que acharmos melhor, afinal a vida é nossa, e somos nós que a decidimos, o que ouvimos ou deixamos de ouvir, o que seguimos ou deixamos de seguir, tudo o que fazemos é decisão nossa.
Não que ter vaginismo seja nossa opção, as vezes somos influenciados e nem percebemos, não conseguimos ver a quanto o nosso subconsciente é poderoso, mas na parte que podemos controlar, no nosso consciente, é opção nossa, nós escutamos quando queremos e damos brechas para coisas que não queremos absorver entrarem em nossa vida.
Enfim, estou gostando muito da terapia sexual, mais uma vez, estou vendo as diferenças em mim, estou admitindo o que faço de errado comigo, e por mais que eu saiba que não vou me curar amanhã, sei que hoje estou um passo mais a frente na busca cura do que estava ontem.

quarta-feira, 20 de março de 2013

ANSIEDADE!!!!


Pode parecer bobagem, mas só passei aqui hoje para contar que vou ter a primeira sessão via Skype com a minha terapeuta hoje, to super ansiosa!!!
Depois conto como foi!
Beijos

domingo, 17 de março de 2013

O início do fim...(assim espero!)


Essa semana estou super empolgada, finalmente tomei coragem, consegui uma verba melhor, e acabou a licença maternidade da terapeuta com quem que queria de fato fazer tratamento, e eu finalmente voltei lá!
A primeira consulta foi super tranquila, e ao contrário do que acontece quando vou na psicóloga não sai de lá depressiva e desanimada, muito pelo contrário, acredito que também seja pelo fato de que a médica me passa muita tranquilidade e confiança. Falamos sobre as coisas que tinham acontecido comigo e com o meu marido nesse meio tempo em que não consegui voltar lá, (acho que nunca comentei aqui, que pouco tempo depois que descobrimos o meu vaginismo, descobrimos também que o meu marido tem diabetes e a minha vida virou de cabeça para baixo por um tempo...) contei que estava passando com a psicóloga do posto perto de casa e que não sabia realmente se estava ajudando, mas ela me tranquilizou dizendo que ajuda, mas que se eu tentar manter o meu tratamento só com a psicóloga pode demorar muito até que eu consiga resultados, enfim foi uma conversa tranquila, na verdade apenas uma introdução, acredito eu, ao que realmente vão ser os nossos encontros.
Sempre tive muita esperança na cura, embora nem sempre acredite em mim para realizar certas coisas, mas sempre que começo de verdade a procurar tratamento me sinto mais segura!
Sem contar que finalmente alguém que me pede exames sérios que explico que estou ficando vários meses sem menstruar, detesto ir em médicos que quando eu digo isso me pedem apenas uma ultrassonografia como se tudo que está errado pudesse ser visto através de imagens! Agora tenho vários exames a fazer, mas pelo menos tenho a certeza de que serão avaliados com seriedade.
Bom em função de nossas limitações de horários combinamos de fazer algumas sessões via Skype, o que para mim fica muito tranquilo uma vez que o consultório é longe da minha casa e o meu marido vai estar por perto para participar sempre que necessário. Mais comodo impossível.
Quase esqueci de contar um detalhe, um tanto quanto constrangedor, a maioria das pessoas que conheço pessoalmente não sabem da existência desse blog, ou pelo menos não sabem que sou EU que escrevo nele, pelo simples fato que é mais confortável dessa forma, ai vai o meu marido e conta para a médica que eu montei um blog que fala sobre o assunto! Não por nada só fiquei um pouquinho envergonhada, principalmente quando ela pediu o endereço do blog (enfim, Dra se estiver lendo isso foi só vergonha mesmo....) rsrsrsrs!
Há medida que as coisas forem acontecendo eu vou contando para vocês!
Obrigada pela atenção e beijos!

domingo, 3 de março de 2013

Tarde de domingo perdida...


E lá vai eu e a minha vida complicada de novo...
Vocês devem lembrar que há um tempo atrás eu tinha dito que a minha menstruação simplesmente desapareceu, pois é no final de 2012 ela passou para dar um feliz ano novo e fez questão de deixar claro que não sabia quando voltaria...rsrsrsrsr
Lá estou eu de novo, quase três meses sem menstruar outra vez, e agora que tinha encontrado uma ginecologista que já tinha se acostumado com o fato de que ela não vai conseguir me examinar tão cedo, o meu horário no trabalho mudou e eu não vou conseguir falar com a médica nem tão cedo. Então lá vou eu tentar marcar com outro médico e contar a história inteira de novo, como eu odeio isso! Aí antes de procurar um médico sempre passo pelo momento difícil do teste de gravidez, um filho não seria uma coisa tão ruim nesse momento, na verdade seria melhor do que qualquer tipo de complicação hormonal, mas em todo caso não sou eu que escolho, e sei que esse não é o momento para isso.
No fim passei o meu domingo pesquisando fornecedores de dilatadores vaginais. Vocês devem se lembrar que há alguns meses eu tinha dito que uma amiga encomendou um kit e ia me dar de presente, pois é tivemos vários problemas com a entrega desse kit, o que nos levou a desistirmos do mesmo. Aí hoje resolvi que iria procurar outra forma, passei metade do domingo xeretando na internet tentando descobrir como conseguir outros, e a única coisa que consegui encontrar foi a minha própria indignação.
Como é que num país que tem a eleição mais rápida e moderna do planeta, não existem dilatadores vaginais de fabricação própria, nem nenhuma loja que vendo importado? Como é que nesse país de promiscuidade coletiva ainda existem tantos médicos que nunca ouviram falar de vaginismo e tratam das suas pacientes como se fosse seres de outro mundo? Fico pensando para onde vai o dinheiro dos meus impostos, e de onde saem médicos tão desatualizados?
Tudo isso me revolta e me desestimula, não quero realmente chegar em uma parte do meu tratamento e ter que ir a uma constrangedora loja de sex shop para comprar cilindros com formatos de pênis é simplesmente inaceitável  eu tenho o direito de ter uma dilatador que simplesmente não tente ser a reprodução fiel de um pênis!
Já percebi que tenho grandes problemas com a simples ideia de qualquer coisa que adentre o meu corpo, isso não é muito difícil de perceber, mas estou tentando enfrentar tudo isso e seria muito mais fácil se não fosse com um daqueles pênis de silicone feios...

sábado, 2 de março de 2013

Como podemos desejar ser normais se simplesmente optamos por esconder o que nos é mais natural?


Acho que já aconteceu com todos nós de ficarmos nos questionando de vez em quando sobre por que o vaginismo resolveu se instalar justamente me nossas vidas. Normalmente antes de começar o tratamento não nos identificamos como tão reprimidas, ou como seres tão problemáticos quanto realmente somos, muito pelo contrário, nos achamos pessoas de mentes abertas, sempre prontas a entender as adversidades das vidas alheias e as situações que pensamos que acontecem apenas com os outros.
Eu pelo menos era assim, e por muito tempo, antes de começar o tratamento fiquei nessa dúvida, principalmente por que exceto pelo fato de não fazer, sexo para mim nunca foi muito tabu, ou assim eu achava. Sempre pensei que por que pesquisava coisas relativas ao assunto, e não tinha preconceitos em relação a isso o fato de não conseguir fazer sexo antes de casar era só pelo fato de ganhar uma gravidez indesejada, naquela época o meu pensamento era tão simples...
Acho que nunca contei aqui que um dos meus objetos de pesquisa na faculdade foi a prostituição sagrada nos templos gregos da ilha de Chipre, o que diga-se de passagem é um tema muito interessante, principalmente pelo fato de que na Antiguidade o sexo ser visto de uma forma completamente diferente do que é hoje na nossa sociedade. Antes de mais nada, sexo não era obrigação, aliás o prazer não era obrigação como infelizmente somos obrigados a acreditar na nossa sociedade atualmente, hoje somos levados a acreditar que a vida deve seguir os preceitos do utilitarismo e que a prioridade dos seres humanos deve ser o prazer, do mesmo modo que somos levados a acreditar que magreza é sinônimo de beleza e de saúde e que qualquer pessoa que não pense dessa forma ou é meio louca e excêntrica  ou simplesmente é uma gordinha frustrada que não tem coragem de assumir que se sente mal com a sua forma física, mas nesse período da história da humanidade as coisas eram bem mais simples e na minha humilde opinião, bem mais impregnadas de sabedoria. O sexo não vinha acompanhado pelo brinde da culpa, do mesmo modo que a homossexualidade não vinha com o brinde do preconceito, muito pelo contrário, ambas as coisas eram vistas de forma natural e necessárias a vida em sociedade, o que também não quer dizer que as pessoas saiam se agarrando em praça pública, mas as coisas eram vistas sem dúvida de uma forma menos sujas do que a nossa sociedade costuma encarar hoje, e a maior prova disso era a ocorrência da prostituição de uma forma tão natural que no fim das contas era religiosa...
Funcionava da seguinte forma, a mulher (seja ela de que posição social que fosse), antes de se casar era dirigida a um templo dedicado a Afrodite, onde ela deveria se prostituir em honra de deusa. O dinheiro arrecadado decorrente dessa atitude deveria ser doado ao templo em questão como agradecimento da moça a Afrodite que lhes concederia os seus favores...(para quem não sabe os favores de Afrodite, além de estarem ligados ao amor e ao sexo, também eram vinculados aos casamentos e relacionamentos de uma forma geral).
Toda essa situação era extremamente comum dentro dessa sociedade e aceita de forma natural, hoje queremos falar de democracia e de outros conceitos que tentamos absorver dessa civilização e nos esquecemos de que nos tornamos preconceituosos, que a nossa visão corrompida e maldosa desvirtuou muito do que era normal da nossa condição humana, o que consideramos normal na verdade é uma versão editada de muitas que já se perderam há séculos.
O resultado é, como podemos desejar ser normais se simplesmente optamos por esconder o que nos é mais natural?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Ninguém disse que o tratamento seria fácil...


Antes de começar de verdade o post de hoje, gostaria de agradecer o apoio e as dicas dos amigos virtuais que tem participado tanto deste blog, me dando coragem para continuar o tratamento e acima de tudo me motivando a continuar compartilhando as minhas experiências aqui...
Agradecimentos feitos, vamos ao que interessa...
Quando descobri o vaginismo imaginei que o tratamento fosse de alguma forma padronizado, que existiria um roteiro que todas as mulheres com vaginismo que estivessem em tratamento seguissem e tudo se resolveria mais cedo ou mais tarde. Começo a perceber que o tratamento do vaginismo não é como uma receita de bolo que a gente segue e tudo da certo, as coisas são muito mais complexas do que a gente espera antes de começar.
Hoje fui a minha terceira consulta com a psicóloga, e começo a perceber que sempre entro apreensiva e saio de lá triste, não por buscar uma cura instantânea e milagrosa, mas por perceber o quanto estou em desacordo comigo mesma, o quanto as coisas dentro de mim parecem erradas e confusas.
Coisas simples que a gente acha dispensável na vida, ou pelo menos eu sempre achei, mas que com o passar dos anos acabamos percebendo que são comuns e essenciais na vida e na saúde física e mental das pessoas, como simplesmente fantasiar, sabe aquele momento em que você finge que é o ganhador do premio nobel? Pois é, esse é o meu primeiro "dever de casa", fantasiar, literalmente. Uma coisa tão simples, e que para mim tem sido tão difícil...
Segundo a minha psicóloga, pacientes com depressão por exemplo não são capazes de cumprir essa tarefa, e aí me vem mais uma insegurança, ter mais problemas psicológicos além do vaginismo! Sei que o tratamento é o primeiro passo, e que eu vou ter que encarar muitos tabus que existem dentro de mim para ter sucesso. A parte mais difícil de um tratamento psicológico é que não se luta contra uma doença, se luta contra si mesmo, e como deixar de acreditar de uma hora para a outra que algumas coisas que você sempre acreditou serem certas, na verdade servem apenas para te fazer mal?
Ninguém disse que o tratamento era fácil, nem agradável  mas sair da sala da psicóloga uma vez por semana, querendo sentar num canto e chorar até o fim do mundo, ninguém merece né...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O início da avalanche...


Agora posso finalmente dizer que em algum nível o meu tratamento teve início.
Há duas semanas, tenho feito terapia com a psicóloga do posto de saúde perto da minha casa. Mesmo que ela tenha me aconselhado a procurar um centro de tratamento especializado para complementar nosso trabalho juntas, já começo a sentir mudanças em mim como pessoa, que normalmente achamos que nada tem a ver com o vaginismo, mas que depois de perceber o quanto nos incomodam, começamos a pensar que o problema tem raízes mais profundas e complexas do que conseguimos imaginar.
Tudo por enquanto tem girado em torno de conversas sobre a história da minha vida, de como foi a adolescência  de como são as pessoas da minha família, enfim. O assunto sexualidade foi abordado, o assunto repressão da sexualidade foi abordado, mas como disse a minha psicologa, com vaginismo ou sem vaginismo somos pessoas completas não apenas vaginas.
E percebi que existem muitas coisas que aconteceram comigo que simplesmente prefiro bloquear, e fingir que não me magoaram, percebi que o meu problema com o vaginismo é apenas a ponta de tudo de errado que ainda existe para resolver dentro e fora de mim, que no fim o vaginismo é muito mais do que um simples bloqueio com sexo, o problema está muito além de ser apenas sexo, na verdade acho que o problema sexual é apenas a manifestação de que algo de muito mais errado existe em nossas vidas.
A primeira médica a quem contei sobre o vaginismo, me falou que na verdade ele não é a doença, ele á apenas a causa de algum outro distúrbio  e agora depois de ter a experiência de começar a ter algum acompanhamento psicológico tenho a tendencia de concordar com essa hipótese.
Percebi que o problema não é apenas a minha vida sexual, minha criação influenciou  as coisas que aprendi a dar valor influenciaram, as colhas que fiz na vida me levaram a ser uma mulher vagínica.
Mas isso não quer dizer que tudo isso vá simplesmente ficar do jeito que está apenas por que eu percebi que passei toda a minha vida caminhando para o vaginismo. Muito pelo contrário, agora que começo a vislumbrar o que aconteceu de errado, onde eu deveria ter agido e onde deveria ter gritado, tenho tudo o que preciso para começar a mudar o curso das coisas na minha vida, a mudança já se iniciou, com o começo do tratamento já começo a perceber coisas diferentes em mim, quem sabe com um pouco mais de persistência eu não consiga um dia chegar a cura...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Uma questão de foco...



Bom a primeira postagem do ano com alegria e energia!!!
Como todo inicio, começando por traçar metas para o novo ciclo que vamos começar, e por aqui as coisas não serão diferentes, nada como ter em mente o que precisamos realizar e manter os pés no chão para executar tais tarefas e conquistar as coisas que queremos e precisamos...
Meta número 1: Começar de verdade o meu tratamento. Lembrando que para isso preciso trabalhar, o que quer dizer que preciso aguardar o final de janeiro e ver como serão as coisas na minha vida financeira em 2013.
Meta número 2: Levar o meu tratamento a sério e fazer tudo o que for indicado pela médica, com a frequência que ela disser que eu tenho que fazer. (Para quem não sabe, eu não sou do tipo que tem disciplina suficiente para realizar coisas sem cobrança externa...)
Meta numero 3: Manter vocês atualizados sobre que tipo de exercícios a médica vai me indicar e que tipo de coisas estou aprendendo na terapia para poder ajudar outras pessoas com tudo o que tem me acontecido.
Meta numero 4: Conseguir alcançar a cura do vaginismo e exorcizar essa palavra da minha vida! Apenas usar todas essas coisas para ajudar outras pessoas que precisem da experiencia que estou tendo com toda essa situação.
Meta numero 5: Engravidar! Pois é, de repente me vi querendo ser mãe..., quem diria! Eu que nunca vi muito encanto na maternidade..., mas sim quero ser mãe, quero viver mais essa experiência e tenho que fazer logo isso uma vez que não quero ter filhos depois dos 30 anos...
Enfim, a função de colocar aqui tudo o que pretendo esse ano ainda, é que conheço um monte de gente incapaz de realizar um monte de coisas por simples falta de foco. O problema nem é organização, mesmo por que se fosse eu também não conseguiria fazer nada na vida, é simples falta de foco mesmo, começa a fazer uma coisa, depois se empolga com outra e não ter mina nada, mete os pés pelas mãos e nenhuma das coisas que começa consegue terminar, então essa dica é uma coisas simples que gosto de fazer de tempos em tempos para manter em mente o que preciso fazer e quando preciso fazer, vai que uma das pessoas que está lendo isso nesse instante também tem problemas com manter o foco das coisas...
Enfim, dica dada, espero que aproveitem.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Desabafo...


Na maioria das vezes em que vou ao médico, espero duas coisas, a primeira é o médico (a) em questão não saber o que é vaginismo e aí ele vai tomar duas atitudes: 1) pensar que é firula, e tentar me examinar como examinaria qualquer outra mulher, ou 2) dizer que nunca viu ninguém dizer que tem vaginismo e me tratar como um extraterrestre. A segunda coisa que espero quando vou ao médico (a), é que o eu vaginismo tenha sumido magicamente do dia para a noite e eu ainda não saiba, mas é óbvio que isso não acontece...
Bom todas as situações descritas acima desencadeiam mais frustração do que ter o bendito vaginismo em si, por que na maioria das vezes pelo menos eu não penso nessa situação, e vivo a minha vida normalmente. Mas quando tenho que ir ao médico e lembrar que não faço sexo da forma convencional por que no momento sou incapaz de executar uma tarefa que teoricamente o meu corpo nasceu programado para executar com perfeição é extremamente frustrante!
Por isso odeio estar procurando um médico para fazer o meu tratamento, odeio as horas na sala de espera sem saber no que a consulta vai resultar, odeio estar do lado de dentro e ter que repetir a minha história pela enezima vez, para uma pessoa que muito provavelmente não vai ser capaz de me ajudar e muitas vezes sem querer vai fazer com que eu saia da sala pior do que entrei. Odeio quando saio do consultório médico, com uma vontade imensa de chorar e me isolar do mundo, por que a dor é muito grande e por que no fundo me sinto como uma anormal, já não tenho mais saco com as pessoas dizendo que eu tenho que ter paciência, não quero ter paciência, quero uma solução, que seja rápida, não quero mais sentir dor, não quero mais me sentir inferior, incompleta e defeituosa. Quero a plenitude de ser mulher e quero AGORA!
Mas é frustrante ver que cada passo me leva a um beco sem saída, que cada toque inocente é como uma faca em chamas sendo inserida dolorosamente dentro de mim, e que me sinto ainda pior por sentir tudo isso!
Na verdade queria simplesmente nesse momento que o próprio ato sexual não existisse, embora meu marido nunca tenho me cobrado nada, embora ele seja meu companheiro eterno em absolutamente tudo, atencioso e paciente, eu me cobro no lugar dele, e não aguento mais essa situação.
Eu já sei como vou fazer meu tratamento, apenas preciso que minhas férias cheguem ao fim, assim o trabalho volta e o dinheiro também, mas não aguento mais esperar, queria uma solução nesse momento!!!
Desculpem isso é só um grande desabafo depois de um dia ruim...