terça-feira, 23 de setembro de 2014

Novas tendencias cinematográficas

Já tinha feito uma postagem aqui sobre masturbação e pornografia, logo quando entendi no que consistiam os meus exercícios físicos dentro do tratamento do vaginismo. Mencionei muito por cima as minhas experiências e as minhas impressões sobre alguns detalhes dessa descoberta. Descobri logo de cara que não é qualquer filme pornô que me agrada e que acima de tudo eu acreditava por algum motivo que mulheres se excitarem com filme desse gênero era uma coisa errada. (na verdade coisa de quem foi criada em família machista e opressora como a minha...rsrsrsrsrsrsrs)
Acho que li em alguma revista feminina que homens respondem melhor a estímulos visuais por isso a fixação nesse estilo de filme, e devo ter enfiado na minha cabeça em algum momento que por isso apenas eles poderiam ver interesse nesse tipo de coisas.
Bom, venho aqui depois de 6 maravilhosos meses de cura, para contar que tudo o que escrevo acima era preconceito meu, coisa de vagínica que não se permite ousar. E que o mais interessante de tudo é que já tem gente investindo em pornografia específica para a mulherada.
Com histórias muito mais interessantes, atuações infinitamente melhores e uma fotografia de dar inveja a muito filme de Hollywood os filmes da sueca Erika Lust, são voltados especialmente, mas não exclusivamente ao público feminino.
Eu já assisti um particularmente muito bom chamado Life, love, lust, mesmo com legendas apenas em inglês o filme é de uma arte surpreendente e fica longe dos velhos clichês de filme pornôs, na verdade acho até que a classificação mais apropriada é filme erótico, por que diferente do que estamos acostumadas a ver por aí, apesar da grande maioria das cenas serem de sexo propriamente dito, não há aquele escrachamento, nem aquele abuso excessivo e desconfortável da imagem da mulher. É tudo muito bem feito e intrincado, muito real até.
Nunca pensei que fosse dizer isso, mas fica aqui a minha recomendação de filme erótico/pornô. O ponto negativo fica por conta da dificuldade em encontrar os filmes para baixar ou mesmo para assistir online, e da inexistência de legendas em português, mas como as histórias são perfeitamente compreensivas mesmo para quem não tem um inglês tão bom assim, a falta de legendas não prejudica a apreciação do filme nem da história.
Espero que tenham gostado da postagem diferente de hoje.

Força, paciência e coragem na caminhada rumo a cura.
Luthy Fray

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Terapia é vida!

Seis meses se passaram após a cura, hoje não tenho nenhum problema em assumir pessoalmente que tive vaginismo. A fase da vergonha e da alimentação de tabus, ficou para trás.
Muitas pessoas atualmente quando digo que fiz terapia me perguntam o motivo de eu ter procurado auxilio psicológico, e fico muito feliz comigo mesma em poder responder sem exitar qual foi o meu problema e como ele foi curado.
Ainda não sei qual é o botão que a terapia consegue apertar em nossa cabeça que faz com que nos curemos. Se me perguntarem hoje o que foi que me fez chegar onde cheguei não vou saber explicar. Sei que foi um caminho luminoso na grande maioria dos pontos, cheio de aprendizagens e novas descobertas, coisa que sempre vou carregar comigo a partir daquele ponto. Mas não sei explicar exatamente o que foi que a minha terapeuta fez durante todo o ano em que nos vimos periodicamente, que fez com que eu finalmente conseguisse me soltar das amarras que me prendiam.
O que posso dizer a todas as meninas que procuram a cura para o vaginismo é que todas sem dúvida conseguirão encontrá-la, o que nos separa da cura é o medo, e uma hora ele vai sumir. E quando ele se for a vida vai ser outra, tenham certeza disso.
A minha vida foi mudada tanto em aspectos emocionais, quanto em aspectos práticos, tudo redefinido e reformulado. A pessoa que começou o tratamento em 2013 continua aqui, mas a versão mais nova dela é tão melhor, tão mais segura de si, que não há dúvidas que a melhor decisão que tomei foi optar pela terapia sexual!
Ainda fico muito enraivecida com as mulheres que dizem que querem se curar do vaginismo para serem mulheres de verdade, mulheres completas, acho uma fala um tanto machista, afinal que mulher precisa ser penetrada pelo pênis de um homem para se sentir verdadeiramente mulher? Ser mulher é muito mais do que se permitir ser penetrada, é aprender a respeitar o próprio corpo, é aprender a se amar, é aprender a sentir prazer sem culpa e sem precisar necessariamente de outra pessoa para isso, é aprender a lidar consigo mesma, ser mulher é muito mais complexo do que apenas ter uma relação sexual com penetração. E acima de tudo ter um relacionamento é muito mais do que ter uma relação sexual com penetração, essa é uma das coisas mais importantes que eu aprendi em todo esse caminho. O sexo é importante num relacionamento amoroso, mas sexo é muito mais do que penetração e relacionamento amoroso NUNCA é só sexo! Muitas mulheres que não passaram pelo vaginismo demoram a vida inteira para descobrir essas duas coisas e continuam alimentando conceitos machistas sobre o que é ter um relacionamento e o que é ser mulher.
Um dos meus maiores orgulhos hoje em dia foi ter feito terapia, pois ao contrário de muitas pessoas tive um problema e fui atras da tentativa de superá-lo, e como aprendi, e como perdi preconceitos com essa superação.
Tenham paciência e se aceitem meninas, são dois pontos importantes no caminho para a cura, é dessa forma que domamos nossas próprias feras!

Beijos e força a todas.
Luthy Fray.