segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Às vezes é bom contar com amigos


Quando descobri que tinha vaginismo, pra mim foi o fim do mundo. Embora meu marido seja muito compreensivo (na verdade acredito que ele é a melhor pessoa do mundo, por que tem me dado muito apoio até agora, não tem me forçado a nada, não mostra insatisfação, não me trai e nunca cogitou se separar de mim por causa disso, é um verdadeiro príncipe encantado...), morri de vergonha do que tinha. Ninguém sabia e eu não tinha coragem de procurar um médico, com medo de ouvir que era frescura e que eu deveria simplesmente aguentar a dor. Então passei alguns meses casada sem conseguir ter uma penetração vaginal satisfatória, sem saber exatamente o que tinha, sem ter coragem de falar com ninguém sobre isso, e com um mega peso na consciência por causa do meu marido, mesmo que ele sempre tenha sido a pessoa mais compreensiva da face da terra (já falei aqui outras vezes que temos os nossos métodos de ter e dar prazer um ao outro que independem de penetrações...).
Mas ultimamente tenho estado muito aberta a falar do assunto, (acho que por já ter passado em tantos médicos e contado essa história tantas vezes, inclusive aqui...) e graças a Deus a procurar tratamento também.
Porém o que tenho visto de mais interessante em toda essa minha jornada, é que no fim das contas as pessoas estão mais abertas a entender e ajudar os outros. Depois que passei por tudo isso, selecionei um grupo de amigos de confiança, aqueles que sempre estiveram ao meu lado na maioria dos problemas e que sempre me ajudaram, e contei a eles o que tem acontecido comigo em todos esses meses e tenho que admitir que recebi mais apoio do que imaginava, sem contar que até encontrei uma amiga que sofre com o mesmo problema, e nem sabia exatamente o que era.
Quero apenas passar para vocês hoje que quando se tem alguém em quem confiar, sempre é bom ter mais um aliado, mais um amigo, a busca pela cura do vaginismo já é difícil o suficiente, para ser solitária. Mesmo que vocês não se sintam a vontade para contar as pessoas que conhecem, lembrem-se que é muito fácil fazer amizade pela rede e manter o sigilo. E se for necessário eu estou aqui, é só me mandar um e-mail com a forma como querem conversar que estarei aqui.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

FELICIDADE, SATISFAÇÃO, REALIZAÇÃO E SEXO SÃO COISAS QUE NÃO VEM OBRIGATORIAMENTE ATRELADAS A PENETRAÇÃO VAGINAL!!!


Acredito que nunca mencionei aqui o que faço da vida, em parte para evitar associações das pessoas que me conhecem, afinal ter vaginismo não é uma coisa simples, não é como ter depressão por exemplo, você não diz as pessoas que conhece que tem vaginismo, muito pelo contrário, principalmente se você como eu, tem um relacionamento sério com alguém. Afinal aí não é apenas o constrangimento que está em jogo, mas também a possibilidade de por em risco uma relação de alguma forma já frágil.
Também nunca falei exatamente o que faço por acreditar que no fim das contas isso não afeta a causa do meu vaginismo em si, e acreditava até então que não mudaria muito a realidade das pessoas que eventualmente leem o blog. Mas no fim acho que estava errada, e o primeiro motivo de estar errada, é que quando a gente tem vaginismo como eu e se refugia na internet em busca de apoio ou simplesmente um desabafo, ou mesmo para procurar informações sobre o que estamos passando, e normalmente tentamos imaginar a pessoa que está do outro lado escrevendo e montamos um quadro idealizado, hipotético e no fim das contas irreal do ser humano que muitas vezes é quem nos da o incentivo de continuar buscando a cura. Embora eu não esteja dizendo que devemos sair completamente da nossa zona de conforto e dizer nomes e endereços aqui que não sejam referentes a médicos e tratamentos, afinal vaginismo não é motivo de orgulho para ninguém, mas também não deveria ser motivo de vergonha!
Eu sou formada em História, e leciono para alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio do Estado de São Paulo, também estou abordando esse assunto, por que, pelo curso superior que fiz e com a mente aberta que tenho, mais de uma vez me questionei sobre como consegui desenvolver vaginismo nessas condições.
A resposta é, que a nossa mente é mais complexa do que podemos imaginar, e mesmo que eu sempre tenha sido uma pessoa aberta, a minha criação não foi assim tão moderna e fácil, e nem estou dizendo que as criações fáceis e modernas da atualidade vão resolver todos os problemas que temos na sociedade, muito menos todos os problemas de vaginismo das futuras gerações, muitas vezes o que nos deixa nessa situação não é um abuso sexual escancarado, nem uma criação que parece ser muito rígida, mas que não é tanto. Bem a minha criação foi um pouco rígida sim, tudo o que se referia a sexo era motivo de conversas privadas e momentos constrangedores, mas às vezes, dentro dessa criação, uma pequena coisa que se vê, ou que se ouve ou que se sente que não deveria ter acontecido pode ter desencadeado esse tipo de reação.
Sempre me perguntei (depois que descobri o vaginismo, claro), como ninguém fala disso, como pode ser possível que dentro da História não existam relatos de mulheres vagínicas? Bom não é que não existam, o que acontece é que as pessoas começaram a encarar o sexo de uma forma diferente. O que antes era natural, na atualidade deixa de ser uma opção e passa a ser uma obrigação social. Quando se é adolescente a perda da virgindade não é uma coisa natural, é uma fase forçada pela mídia, não existe um único programa ou filme, ou novela, ou série de TV que (além dos programas evangélicos que pretendem apenas te convencer a doar todo o seu salário como dizimo para a igreja...) não trate o sexo de forma banal e forçada, e nós assistimos a tudo isso e achamos normal. A felicidade e a satisfação, mesmo a satisfação intima de homem e mulher, deixaram de ser vontade e viraram obrigação. E é por isso na maioria das vezes que a mulher vagínica se esconde, se sente envergonhada, evita relacionamentos íntimos, como se sexo fosse apenas penetração e ponto final, como se não houvesse outras formas de prazer (tanto para o homem, quanto para a mulher) que não envolvesse penetração. Isso é um erro, um engano maldoso da mesma sociedade que quer nos fazer acreditar que saúde está diretamente ligada a estética, e que só as pessoas absurdamente magras são saudáveis e felizes.
A vida dos seres humanos deveria ser tão fácil quanto a dos outros animais, mas nos prendemos a conceitos criados por gente que apenas querem se aproveitar de nós, e sempre tendemos a complicar as coisas. Pessoas infelizes com aparência,  peso, vida sexual, etc etc etc consomem mais, passam mais tempo na frente da TV e criticam menos, isso é um fato, e se um dos preços que pagamos por estarmos inseridos nessa sociedade no mínimo hipócrita é sermos vagínicas, ainda pagamos esse preço caladas, escondidas e envergonhadas, por que no fundo de uma forma paradoxal também acreditamos em tudo isso. Acreditamos, principalmente no nosso caso, que mulher feliz, é mulher que tem penetração, e que não há como ter uma vida sexual ou manter um relacionamento verdadeiro, sem traições, sem ser o chamado "relacionamento aberto" e sem separação estritamente por causa da falta de penetração.
E nossa sociedade é tão machista, e tão hipócrita, que entendemos quando um homem nos deixa por falta de penetração, mas quando temos uma relação sexual comum e medíocre aceitamos isso como normal, o que nos leva a pensar: o vaginismo é uma doença e é inaceitável  na verdade intolerável para o homem, mas a incapacidade masculina em satisfazer a mulher na cama é normal, por que AS MULHERES É QUE SÃO COMPLICADAS?
Acredito que para essa situação, paradoxal é um termo eufêmico.
E ainda me revolto quando assisto TV, mesmo as coisas que realmente gosto muito de assistir, e percebo que o sexo é tratado como uma obrigação, que mesmo quando você entra em um relacionamento "furado" é obrigado a permitir que o seu parceiro adentre o seu corpo e lhe proporcione uma relação no minimo medíocre, para que tenhamos o status social de "mulheres felizes e realizadas", e possamos continuar nossas vidas fingindo que tudo isso é muito comum.
Não me entendam mal, não estou defendendo a condição de vagínica,  apenas estou dizendo, que vaginismo é uma doença, e que estamos aceitando situações de machismo extremo e de inúmeras condutas massificadas, apenas pelo que a sociedade nos impõe visando muitas outras coisas que não o nosso bem nem a nossa opinião como pessoas (coloca-se nessa conta lucros e manipulações social, crítica e política) sem pesar em que lugar isso nos coloca!
Meninas, parem de se sentir inferiores pelo simples fato de AINDA não serem capazes de ter uma relação com penetração satisfatória, não se cobrem tanto nem deem tanto ouvido ao que as pessoas falam ou ao que a gente vê apenas superficialmente por aí! Felicidade, satisfação, realização e sexo são coisas que não vem obrigatoriamente atreladas a penetração vaginal!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Más notícias & apenas uma mulher com vaginismo é capaz de entender outra mulher com vaginismo...


Olá, outra vez meninas!
Vou começar o post de hoje com uma notícia no mínimo ruim para todas as paulistanas vagínicas. Depois que descobri que o meu atraso menstrual nada tem a ver com gravidez, minha mãe tem procurado me auxiliar bastante na tentativa de encontrar um tratamento para o vaginismo, essa semana ela me fez o imenso favor de buscar ajuda no Hospital Pérola Byton e infelizmente descobrimos que lá, embora seja um hospital de tratamento para a mulher, não é mais oferecido o tratamento para o vaginismo, a instituição agora prioriza  o tratamento dos diversos tipos de câncer que afetam as mulheres. Pois é moças, menos um lugar de tratamento público para o nosso problema.
Toda essa história de agora ter algum apoio para procurar tratamento e acompanhamento médico para me livrar do vaginismo, tem me feito refletir muito sobre as pessoas nos últimos dias. Por exemplo, a minha mãe apenas se interessou em me ajudar a arrumar e começou a cogitar algum auxilio financeiro em relação ou meu tratamento de vaginismo, quando confirmou que eu não estava grávida e na verdade isso apenas aconteceu por dois motivos: primeiro pela possibilidade de que eu não lhe proporcione a felicidade de gerar netos (e sinceramente quando penso nisso, me sinto com um simples animal reprodutor, sabe aquele tipo de gado de raça que os criadores criam apenas para poder cruzar na idade certa?), e em segundo lugar, por que não existe mais saída, não existe diagnóstico de outra coisa que eu possa ter além do vaginismo, e no fundo ela sabe que se hoje tenho isso é em grande parte pelo tipo de criação rígida que tive.
Mas o que mais me entristeceu mesmo pensando sobre tudo isso é que no fundo nem a minha mãe, nem nenhuma das pessoas (com exceção do meu marido) que sabem que tenho vaginismo de fato entendem o que isso significa, muita gente acha que é simplesmente frescura, que eu deveria aguentar a dor até o fim que com o tempo e o costume todos os sintomas desapareceriam magicamente, muita gente confunde vaginismo com o chamado hímen complacente, que nada mais é do que o hímen que não se rompe durante a relação sexual e que só será rompido num parto por vias normais, bom existe alguma possibilidade de eu ter esse tipo de hímen, uma vez que o meu não foi completamente rompido, mas não é isso que causa o vaginismo, e pelo que a minha médica me disse, o rompimento em si do hímen não causa dor, ou pelo menos não causa tanta dor quanto uma mulher vagínica costuma sentir.
O fato é que, as pessoas normalmente não entendem, ou não sei, simplesmente não querem entender, mesmo aquelas que tiveram uma primeira experiencia sexual traumática, e eu sou na maioria das vezes vista ou como uma fresca que casou e agora não quer transar, ou como uma hipocondríaca que inventa doenças por que quer chamar a atenção, de qualquer forma como se ter vaginismo não fosse frustrante o suficiente, ainda temos que lidar com as opiniões das outras pessoas sobre um coisas que de muitas formas foge ao nosso controle.
Não estou dizendo que todas as pessoas a quem contamos sobre o vaginismo vão agir da mesma forma, muito pelo contrário, tenho amigas que me dão a maior força, cada uma de um jeito, claro, mas ás vezes tenho a impressão que apenas uma mulher com vaginismo é capaz de entender outra mulher com vaginismo. É como se a maioria das pessoas acreditassem que esse é um problema que se resolve com remédios e intervenções cirúrgicas.
Ás vezes também penso que é uma coisa de época, as pessoas mais velhas não conseguem de forma alguma entender de fato o que significa ter vaginismo, mas talvez eu só pense isso por que ainda não conheci uma mulher mais velha que eu que tenha a mesma coisa.
Enfim, para encerrar, o Hospital Pérola Byton não realiza mais o tratamento para o vaginismo, o que acontece agora é que as mulheres são encaminhadas a uma AMA onde as consultas deverão ocorrer, mas se você mora fora do município de São Paulo, como é o meu caso, o posto não costuma marcar para as AMAs, e eu ainda não sei como funciona. Assim que descobrir conto para vocês.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

É a verdade que assombra...


No post anterior eu tinha comentado com vocês que estava com alguns problemas que não se relacionava, diretamente com o vaginismo, mas que me fizeram voltar ao médico, faz algum tempo que venho engordando muito sem exageros alimentares e mesmo começando a fazer exercícios físicos regulares apenas consegui emagrecer um quilo apenas, mas nada disso tinha me preocupado muito enquanto meu ciclo menstrual continuava regular, e então de repente ele começou a fazer confusões na minha vida, na verdade ele simplesmente desapareceu sem nenhum aviso prévio, o que me faz procurar um médico com urgência afinal mesmo sem penetração sempre consideramos a hipótese de uma gestação, mesmo que as vezes pareça absurdo, mas sempre é uma alternativa melhor do que desenvolver qualquer tipo de doença hormonal, principalmente quando já se tem algum motivo para frequentar médicos com periodicamente.
Bom falei no outro post que tinha que fazer um exame de ultrassonografia, não esperava exatamente estar grávida, embora provavelmente não me sentiria triste com essa possibilidade, mas sabia que no fim me depararia com os meus velhos e bons cistos de ovário, para a minha surpresa nem essa explicação eu tive, simplesmente no meu exame tudo dentro do meu aparelho reprodutor está normal, exceto é claro pelo fato de a minha querida menstruação ter sumido!
É claro que como uma boa mulher paranoica que sou, várias possibilidades me passam pela cabeça nesse momento, tais como hipo ou hipertiroidismo, ou algum problema de hipófise, mas a possibilidade que mais me assombra, mesmo que essas doenças tenham consequências mais drásticas do que a simples esterilidade.
Ter filhos é uma vontade que não sabia que tinha até descobrir que existe alguma possibilidade de não viver essa experiência. Mas parece que com o passar dos anos a gente começa a pensar nessa hipótese com mais carinho até por fim de fato desejar isso para si.
Enfim, agora tenho mais um problema que me levará a frequentar médicos periodicamente. As vezes me pergunto por que as coisas comigo tem que ser sempre mais complicadas, mais difíceis e desanimadoras do que para o resto das pessoas.
Mas não se tem muita saída quando a vida continua e existem pessoas ao seu lado te impulsionando a continuar e te mostrando que desistir não é uma opção. Tem horas em que não fazemos as coisas por nós, por que a nossa vontade é de simplesmente desistir de tudo, mas as pessoas que nos amam nunca permitirão que façamos isso.
Enfim, termino o post de hoje, com mais um desafio nas costas e um pouco mais triste e cansada! Obrigada a todos que me leem e que me dão apoio!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Existem profissionais e PROFISSIONAIS...


Faz algum tempo que não escrevo, na verdade por que não tenho novidades de fato a compartilhar, e pelo fato de a minha vida ter andado bastante corrida ultimamente.
Mas aconteceu uma coisa comigo nos últimos dias que me deixou bastante triste e abalada, e que eu imagino já tenha acontecido mais de uma vez com todas nós.
Já tinha comentado aqui antes que minha médica me mandou parar de tomar o anticoncepcional que eu tomava há alguns anos em função dos cistos que tenho nos ovários, pois é isso faz alguns meses, na verdade desde que confirmaram o meu disgnóstico de vaginismo, portanto, mais ou menos desde o nascimento desse blog. E acontece, que como disse minha médica uma vez, mesmo sem penetração o que tenho com meu marido também é definido como relação sexual, e simplesmente aconteceu de o meu ciclo tão regular e normal começar a sofrer modificações estranhas, pra se dizer o minimo, fiquei menstruada um unico dia no mês de outubro e agora estamos chegando em dezembro e nem sinal dessa bendita de novo. A primeira coisa que fiz foi comprar um daqueles famosos testes de gravidez, por que afinal de contas a gente nunca sabe e é sempre melhor termos certeza antes de sairmos por aí fazendo estrepolias principalmente quando estamos envolvendo outras vidas na história, fiz o teste que deu negativo, e continuei aguardando os sintomas que tenho normalmente nessa época, mas nada, então seguindo as instruções na caixinha aguardei mais um tempo e fiz outro teste que também deu negativo, ai no fundo bate o desespero de pensar que você pode estar fazendo alguma coisa errada no processo do teste, seja lá ela qual for.
Resultado, procurei um médico, que não era a minha médica de costume, que além de provavelmente já ter saído de licença maternidade, também me custaria muito mais caro. Simplesmente procurei uma médica perto da minha casa e que tivesse um preço acessível, afinal no final do mês é meio complicado ter grandes gastos, e pra ser muito sincera fui mesmo meio arrastada pela minha mãe realmente acredita que eu esteja gravida, mesmo não apresentando nenhum sintoma além do sumiço repentino da minha irritante menstruação.
No fundo eu entendo o desespero da minha mãe, desde os 11 anos, nunca passei um único mês sem esse incomodo, mas acredito realmente que sejam apenas os meus cistos de ovário dando sinais de existência.
Mas de qualquer forma, fui ao médico, na verdade um senhora com cara de exercer essa profissão há longos anos, contei toda a minha história a ela logo de cara, sobre o vaginismo e o meu casamento e os médicos que já passei, terapias e blá, blá, blá.
Bom a primeira coisa que a pessoa me disse foi: "Você tem vaginismo e está casada há 9 meses? O seu marido é muito paciente e o seu casamento vai acabar logo, logo!!!", antes de mais nada, isso é coisa que um MÉDICO diga pra uma PACIENTE, que já sofre de um problema de fundo PSICOLÓGICO?!?!?!?!? Enfim, passamos dessa fase e ela foi me examinar, bom até o presente momento apenas uma médica me examinou de uma forma no minimo decente que foi a minha terapeuta, o resto sempre me parece um tanto quanto descuidada, e realmente depois de ela ter dito que o meu marido me deixaria por que não conseguimos ainda fazer sexo com penetração, não sei realmente por que permiti que ela me examinasse, acho que no fundo estou também bastante preocupada com o desaparecimento do meu ciclo menstrual regular...bom com ela não foi diferente! Um exame doloroso para dizer o minimo.
O resultado de tudo isso foi uma consulta medíocre, e um pedido de ultrassonografia pélvica (pelo menos ela não foi louca e insensível o suficiente para me pedir uma ultrassom transvaginal!!!), o cartão de uma psicóloga, e uma depressão maior do que já tive em qualquer um desses 9 meses em que luto contra o vaginismo!
Passei o resto do dia deprimida e metade da noite chorando, ainda bem que foi numa sexta-feira, por que se fosse no meio da semana, realmente não sei como trabalharia no dia seguinte, o coitado do meu marido desesperado sem saber o que estava acontecendo, por que não tinha coragem de contar para ele por que estava daquele jeito, e isso me rendeu uma noite muito mal dormida e muitas lágrimas!!!!
Hoje dois dias depois consegui contar pro meu marido o que estava me incomodando naquele dia, e é óbvio que ele é dissipou o meu desespero e me fez lembrar que o que nos une é muito maior e mais forte do que o vaginismo, e no fundo eu sei disso, um lado de mim gritava para que eu voltasse a realidade e lembrasse que intimidade não diz respeito apenas a penetração e que nada disso fazia sentido, afinal de contas é uma pessoa que não me conhece, não conhece nem o meu marido nem o nosso relacionamento que estava falando isso.
A mensagem que eu quero passar no post de hoje é a seguinte: não se deixem abater por esse tipo de gente que acha que o mundo vai acabar por que você ainda não conseguiu permitir uma penetração, ou não sentiu prazer nas penetrações que teve até hoje, ou que simplesmente acha que vaginismo é frescura. Quem diz esse tipo de coisa, tem a complexidade emocional de uma colher de chá, e infelizmente ainda não aprendeu que amor e sexo são conceitos que vão muito além do simples ato da penetração!
Fica a dica...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Cansada desse cinto de castidade psicológico!!!!


Como vocês bem sabem, às vezes a nossa situação com o vaginismo é razoável, existem momentos em que conseguimos levar as coisas com bom humor e esperança, mas existem dias em que a unica coisa que sentimos quando lembramos dessa situação é frustração!
Bom nesse momento eu estou numa fase assim, meio frustrada com toda essa história de vaginismo, querendo mesmo é explodir o meu próprio corpo só para não ter que encarar o tratamento, a falta de tratamento, as minhas cobranças e as minhas limitações.
De qualquer forma, encontrei em um site alguns exercícios físicos que dizem nos ajudar a controlar melhor a Musculatura do Assoalho Pélvico, que é justamente a parte do nosso corpo que se contrai quando temos vaginismo e tentamos ter uma relação com penetração.
Bom abaixo segue a lista de exercícios!
Estou tentando comprar um kit de dilatadores vaginais, para fazer exercícios em casa, mas aparentemente isso não é vendido no Brasil, o que quer dizer que temos duas opções, ou comprar de um site norte americano qualquer (estou procurando um confiável, se encontrar conto a vocês), ou comprar alguns pênis de "borracha" em sex shop e ir montando seu proprio kit com pênis de diferentes larguras. Como a ideia de comprar pequenos pênis e inserí-los na minha vagina não me parece nem de longe agradavel (dãããããããã, eu tenho vaginismo, nem de longe isso pode me parecer agradavel...), e um tanto quanto repulsiva, vou continuar tentando comprar os dilatadores norte americanos com uma aparência menos intimidadora...

Programa 1: Força
EXERCÍCIOS DE KEGEL AVANÇADOS PARA GANHO DE FORÇA
Nota: Como qualquer outro exercícios de grande intensidade, os Exercícios de Kegel Avançados devem ser realizados no máximo uma vez ao dia, para que evite-se a fadiga da musculatura. Iniciantes podem sentir algum desconforto (inclusive cãimbras no períneo) após os exercícios em virtude da fadiga muscular. Aí reside a importância de um treinamento bem dosado, por profissional.

NÍVEL 1 - Fácil: 4 séries de 4 contrações, com 30 segundos de intervalo entre cada série
1- Respirar lenta e profundamente;
2- Contrair 4 vezes a MAP, da forma mais forte e rápida possível, descansando
apenas 1 segundo entre cada contração;
3- Após as 4 contrações, descansar por 30 segundos.
4- Repetir a série de 4 contrações por mais 3 vezes, descansando 30 segundos entre cada série.
Lembrar de expirar na contração e inspirar no relaxamento. Como as contrações e relaxamentos duram apenas 1 segundo, a respiração é bastante rápida, tornando-se um bom desafio de coordenação motora.
Importante: Deve-se progredir de nível ao perceber-se que o exercício está muito fácil. Ao final de cada séria a musculatura vai estar cansada, portanto as últimas contrações de cada série são mais difíceis: faz-se força para contrair, mas sente-se a musculatura movendo-se pouco ou nada (o movimento da MAP é sentido como que fechando o ânus). Quando esta dificuldade não mais existir, pode-se progredir de nível.
NÍVEL 2 - Difícil:4 séries de 8 a 10 contrações, 20 segundos de intervalo entre cada série
1- Respirar lenta e profundamente;
2- Lembrar de coordenar a respiração com as contrações;
3- Contrair a MAP o mais forte possível por 2 segundos, descansando por 2 segundos;
4- Fazer uma série de 8 a 10 destas contrações;
5- Descansar então 30 segundos entre cada série;
6- Repetir mais 3 vezes esta série.
Nota: O ganho de força apenas com Exercícios de Kegel pode ser insatisfatório para quem busca grandes resultados em pouco tempo. Para um treinamento de força mais intenso e menos massante, podem ser usados os cones vaginais, como descrito mais abaixo.


Programa 2: Resistência
EXERCÍCIOS DE KEGEL AVANÇADOS PARA GANHO DE RESISTÊNCIA
Resistência de SustentaçãoQuanto tempo consegue segurar a contração sem relaxar:
Nível 1- Contrair fortemente a MAP, sustentando esta contração por 2 segundos. Relaxar por 5 segundos. Repetir 10 vezes.
Descansar por 30 segundos. Fazer 2 séries de 10 contrações.
Nível 2- Contrair fortemente a MAP por 4 segundos e relaxar por 5 segundos. Repetir 10 vezes.
Descansar por 30 segundos. Fazer 2 séries de 10 contrações.
Nível 3- Contrair fortemente a MAP por 5 segundos e relaxar por 7 segundos. Repetir 8 vezes.
Descansar por 1 minuto. Fazer 2 série de 8 contrações.
Nível 4- Contrair fortemente os MAP por 8 segundos e relaxar por 8 segundos. Repetir de 8 a 10 vezes.
Fazer de 1 a 5 apenas uma séries, com 1 minuto de descanso.
Nota: Não se deve fazer dois programas diferentes no mesmo dia, como por exemplo o de resistência e o de força: isso fadigaria a musculatura.
Resistência de RepetiçãoQuantas contrações seguidas, sem parar, consegue fazer:
Nível 1- Contrair a MAP com a maior força e o mais rápido possível, 15 vezes durante 15 segundos.
Descansar por 30 segundos. Fazer 5 séries.
Nível 2- Contrair a MAP com a maior força e o mais rápido possível, 20 vezes durante 12 segundos.
Descansar por 30 segundos. Fazer 5 séries.
Nível 3- Contrair a MAP com a maior força e o mais rápido possível, 30 vezes durante 20 segundos.
Descansar por 1 minuto. Fazer 8 séries.
Nível 4- Contrair a MAP com a maior força e o mais rápido possível, 30 vezes durante 12 segundos.
Descansar por 1 minuto. Fazer 5 séries.
Nível 5- Contrair a MAP com a maior força e o mais rápido possível, 35 vezes durante 10 segundos.
Descansar por 1 minuto. Fazer 8 séries. .........................................................

Programa 3: Coordenação Motora
EXERCÍCIOS DE KEGEL AVANÇADOS PARA INCREMENTO NA COORDENAÇÃO MOTORA
Nível 1- Contrair a MAP de forma rápida e total e inspirar durante 5 segundos sustentando esta contração o mais forte possível. Expirar imediatamente durante mais 5 segundos, mantendo a MAP relaxada. Repetir 10 vezes. Não é necessário descanso. A contração deve ser total (de uma só vez, e não crescente).
Nível 2- Inspirar durante 5 segundos com a MAP relaxada. Expirar imediatamente por mais 5 segundos contraindo a MAP da mesma forma que no nível 1. Repetir 10 vezes.
Nível 3- Inspirar e contrair a MAP durante 5 segundos. Expirar imediatamente por mais 5 segundos contraindo a MAP da mesma forma que na inspiração. Repetir 10 vezes.
Nível 4- Inspirar durante 5 segundos, contraindo a MAP de maneira crescente, sentindo a musculatura subir (ou apertar) progressivamente um pouco mais a cada segundo, da mínima contração até a máxima possível. Expirar durante 5 segundos relaxando a MAP também de forma progressiva e decrescentemente. Repetir 10 vezes.
Nível 5- Inpirar durante 5 segundos, contraindo a MAP 1 vez por segundo, de maneira rápida ("piscando" 5 vezes), sem que a inspiração seja significativamente alterada. Repetir 10 vezes.
Nota: os exercícios para coordenação motora exigem um grau mínimo de resistência e força, que podem ser conseguidos com os dois programas anteriores. Pode ser insatisfatório para quem busca grandes resultados em pouco tempo e, neste caso, um treinamento mais intenso podem ser conseguido com o ben wa, como descrito mais abaixo.

Exercícios com Cones Vaginais

A intensidade e duração dos exercícios com cones vaginais também é variável de acordo com cada caso e objetivo. Por exemplo, para regredir uma incontinência urinária moderada proveniente de fraqueza da MAP, normalmente são requeridos, em média, 3 meses de treinamento intensivo com os cones.
Uma das vantagens do treino com cones vaginais é o tempo necessário. Em alguns programas a sessão pode ser bastante rápida, de até 15 minutos. O ponto decisivo no treino com cones é, como em qualquer outro trabalho de fortalecimento, saber escolher o cone certo para cada caso (veja como na sessão cones vaginais).
O exercício com cones visa ganho de força e, portanto, deve ser utilizado apenas nos casos onde é este o objetivo principal. Normalmente trabalhos para ganho de força necessitam de uma fase intensiva, tanto de adaptação ao exercício quanto para o aumento de força propriamente dito. Este trabalho costuma durar cerca de 1 a 3 meses ou mais, de acordo com o grau de força objetivado.

Exercício Principal
TREINO INTENSIVO PARA GANHO DE FORÇA
Após escolher o cone certo e inserí-lo corretamente no canal vaginal (vestindo uma calcinha para evitar que ele caia no chão durante o exercício), a mulher deve posicionar-se em pé e contrair a MAP com toda a força para reter o cone durante 15 segundos (reposicionando-o se ele cair) e então relaxar. Descansar por 15 segundos e contrair novamente por mais 15 segundos.
Cada 5 destas contrações correspondem a uma série. Entre cada série devem haver 2 minutos de descanso. A série pode ser repetida de acordo com o plano de tratamento, mas normalmente 3 ou 4 séries bastam.
O exercício completo, de 3 ou 4 séries, deve ser feito uma vez ao dia. Por se tratar de um exercício de fortalecimento muscular de alta intensidade (já que a MAP é pequena), pode haver a necessidade de descansar no dia seguinte (ou seja, treinar dia sim, dia não).
Mais uma vez, a dosagem do exercício por um fisioterapeuta especialista é fundamental para evitar um treino forte demais (a ponto de lesionar) ou fraco demais (a ponto de não fazer efeito).
Quando a mulher conseguir fazer todas as contrações sem que o cone caia nenhuma vez durante, o treino pode ser progredido com mais peso (passando para o próximo cone), de acordo com o aval técnico e com os objetivos do tratamento.
Quando os exercícios são feitos com carga e intensidade correta, os resultados normalmente são notáveis nos primeiros 30 dias. Dependendo do ganho de força desejado, podem ser necessário 60 a 90 dias.
Além da avaliação inicial, deve haver um acompanhamento constante da progressão do treino pelo fisioterapeuta. Quando realizados de maneira correta e bem dosada, os exercícios com cones podem regredir em até 100% alguns tipos de incontinência.

Exercícios Complementares
ADAPTAÇÃO PARA AS ATIVIDADE DIÁRIAS
Durante o dia-a-dia a MAP é recrutada durante diversas atividades, como espirrar, rir, correr, pular, etc. Na MAP sadia essa contração acontece automaticamente, mas pode falhar naquelas pouco treinadas ou com algum tipo de lesão ou enfraquecimento.
Para treinar deixar a MAP praparada para as atividades de vida diária é possível incrementar o treino com cones vaginais através de exercícios complementares, que simulam estas exigências. Por exemplo:
Nível 1 - Apoiar um pé sobre um banco ou cadeira enquanto contrái a MAP retendo o cone;
Nível 2 - Pular algumas vezes no mesmo lugar, contraindo a MAP para reter o cone;
Nível 3 - Descer escadas contraindo a MAP para reter o cone;
Nível 4 - Subir escadas contraindo a MAP para reter o cone;
Nível 5 - Agachar e subir novamente, contraindo a MAP e sem deixar o cone cair.
Continuar exercitando constantemente a MAP é fundamental para a manutenção do ganho de força conseguido, afinal, como em qualquer outro exercício físico, os resultados - por mais expressivos que sejam - diminuem (ou até se perdem totalmente) quando se para de praticar. O resultado do fortalecimento da MAP pode desaparecer em cerca de 3 meses depois que se parou de treinar - havendo portanto o retorno dos sintomas (incontinência, etc).
Manutenção: Depois de ganhar força, não é necessário treinar todos os dias, mas apenas 1 ou 2 dias por semana!
Mas a boa notícia é que, após o treino intensivo de 1 ou 3 meses e depois que o grau de força desejado já foi alcançado, não é necessário treinar todo dia para manter a força alcançada. Normalmente dois dias por semana, ou alguns dias por mês (mais uma vez, de acordo com cada caso em particular) podem bastar.
A manutenção da força ganha também pode ser feita através dos Exercícios de Kegel Avançados.
Importante: Exercitar a MAP deve ser transformado em costume, pois se não for exercitado o músculo perde força e resistência, e tudo o que foi ganho nos treinamentos intensivos tende a ser perdido.
É normal, como nos Exercícios de Kegel, que mulheres não habituadas a contrair os MAP sintam um certo desconforto no treinamento com os cones, relativo à fadiga, especialmente nos primeiros dias do programa. Este desconforto desaparece ainda na primeira semana, com a adaptação da musculatura ao exercício.


Exercícios com Ben Wa

Um dos grandes desafios do treinamento correto da MAP é justamente saber dissociar esta contração daquela da musculatura abdominal. É muito comum que, especialmente mulheres desabituadas, acabem contraindo os abdominais ao invés da MAP durante os exercícios. Isto além de não permitir a contração eficaz da MAP ainda pode prejudicar esta musculatura.
Um dispositivo bastante interessante para que a mulher aprenda a diferenciar e trabalhar estas contrações é o ben wa, também conhecido como bolinhas tailandesas. O treino é realizado em duas etapas distintas: a introdução(introdução das bolinhas uma-a-uma na vagina utilizando-se, na medida do possível, apenas a força de contração dos MAP); e a expulsão (expulsão das bolinhas da vagina, uma-a-uma, utilizando principalmente o relaxamento da MAP).
Para o ganho de sensibilidade e percepção vaginal (o que tecnicamente chamamos propriocepção), um exercício interessante é introduzir o ben wa e caminhar, pular no lugar, etc. As bolinhas de chumbo que existem dentro de cada bolinha de plástico vão vibrar, fornecendo um estímulo interessante para o incremento desta sensibilidade. 

Exercícios para Melhoria do Desempenho Sexual

Um dos motivos que levam a mulher a querer exercitar sua MAP é a notável melhoria no desempenho sexual, que pode alcançar diversos níveis de acordo com o grau de treinamento, por aumento de força, resistência e principalmente de coordenação motora.
Com treino suficiente podem ser realizadas manobras avançadas de pompoarismo, uma antiga técnica indiana de ginástica sexual, reformulada neste site. Estas manobras são descritas em detalhes na sessão neopompoarismo.
É importante lembrar que as manobras pompoares são difíceis tendo como exigência mínima um grau mais apurado de força, resistência e coordenação da MAP, que podem ser conseguidos, por exemplo, através dos Exercícios de Kegel Avançados, descritos acima. Porém, graus realmente satisfatórios para estas manobras são conseguidos apenas com treinamentos apropriados, com cones vaginais (para força e resitência) e ben wa (para coordenação motora).
Qualquer exercício para a MAP acaba por melhorar diretamente o desempenho sexual da mulher. Como em qualquer outro exercício, a irrigação sanguínea é estimulada. Isto favorece as condições que levam ao orgasmo e melhoram a sensibilidade local. Os efeitos degenerativos locais do envelhecimento sobre a pele, a mucosa e a musculatura da vagina e da vulva são reduzidos. Ainda, os exercícios vaginais proporcionam um contato maior com o próprio corpo, melhorando a percepção corporal.
Para que haja uma satisfação sexual plena é fundamental o bom conhecimento e entendimento das respostas do próprio corpo.
Os exercícios para a MAP têm a propriedade de melhorar o desempenho sexual da mulher. A intensidade dessa mudança varia de acordo com cada caso e, principalmente, com a intensidade de treinamento. Com exercício constante, há uma hipertrofia (aumento de força e resistência) da musculatura. Como a MAP comprime a vagina e a uretra, a sensação é de que a vagina vai ficando mais "apertada" ou firme, melhorando a sensação de pressão interna durante o ato sexual). 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Loucuras contra indicadas pelos médicos...


Há um tempo, eu tinha dito que comprei um gel anestésico e que tentaria usá-lo, para tentar ter pelo menos uma penetração menos pior já que o vaginismo como diz o blog está presente em minha vida...rsrsrsrs
Não sei se já contei, mas estou casada há 6 meses, na verdade quase 7 meses, e ainda não consegui ter uma penetração completa com meu marido. Fazemos várias outras coisas, mas quando chega na penetração propriamente dita o mundo para e a Luthy Fray aqui trava completamente.
Acho que é valido apenas para servir de consolo para as pessoas que estiverem lendo que essa situação é absurdamente frustrante, que apesar de no blog, protegida pelo anonimato, eu conseguir falar disso de forma descontraída, e mais aberta até do que a minha personalidade permitiria em situações normais, essa situação não é de forma alguma fácil, nem de conviver, muito menos de aceitar, muito pelo contrário.
A cada tentativa sem sucesso, me senti defeituosa, como uma peça de fábrica que é mal encaixada no momento da prensa e tem no futuro o destino de se tornar um pedaço inútil de qualquer coisa. Convivo com adolescentes, e é absurdamente frustrante ver essas adolescentes da atualidade que saem de férias da escola e voltam grávidas como se isso fosse a coisa mais natural do mundo, e me perguntar, por que eu mulher feita, empregada, responsável por minha própria vida não consigo ter sucesso no âmbito sexual? Minha indignação foi tão séria que foi um dos assuntos abordados na minha primeira consulta da terapia (aquela com a médica maravilhosa que eu não vou ter dinheiro para pagar...), me senti extremamente mal por tudo isso, por não conseguir fazer sexo como as outras pessoas!
Vaginismo nunca é um assunto fácil de lidar!
Mas aqui posso falar disso de forma aberta, sei que quem está lendo, apenas pesquisou o assunto por que tem ou conhece alguém que tenha, e quando a gente sabe do que está falando, também sabe que pode confiar na outra pessoa!
Também percebi que quanto mais eu encarar isso como uma barreira, mais difícil vai ser superar toda essa fase! Começo a pensar até que o vaginismo não deveria ser tratado como uma doença, deveria ser mais como uma fase de amadurecimento psicológico, nunca é fácil, mas temos que passar por isso! Desistir não é uma opção, desistir é adiar uma coisa que de uma forma ou de outra estará com você o tempo inteiro, não vai ser saudável desistir, por que se você já descobriu que tem vaginismo quer dizer que provavelmente você tem alguém de quem você gosta, ou gostou o suficiente para sentir a necessidade de compartilhar o seu próprio corpo, nenhuma mulher com vaginismo vai tentar fazer sexo, apenas por fazer a dor e o desconforto são muito grandes para se tomar uma decisão assim.
Enfim, estava falando sobre o gel que comprei, bom meus avanços físicos com ele nem sei se foram tão grandes, mas percebi muitas coisas que acredito que me serão úteis nessa caminhada rumo a cura!
A primeira coisa foi que , percebi que espero que as coisas mudem quando resolvo tentar a penetração, de alguma forma, não espero que de certo e fico realmente tensa nesse momento, me distraio, começo a pensar nos problemas do cotidiano, na falta de dinheiro para fazer o tratamento da forma que eu queria, nas contas, na torcida das pessoas que sabem que eu tenho vaginismo pela minha cura, no medo de engravidar nessas tentativas já que não estou fazendo uso de nenhum método contraceptivo (e isso eu não aconselho que vocês façam, tenho um certo receio, mas já fiz isso mais de uma vez, então se tiver que acontecer alguma coisa, já deve ter acontecido e descobrirei em breve...rsrsrsrsrs) e me pego pensando nisso e em várias outras coisas nesse momento. E sinceramente não é para ser assim!
Não é que me falta vontade, muito pelo contrário! Mas prestando atenção a esses detalhes percebi que apenas não penso em tudo isso por que no momento da penetração normalmente, por que concentro a minha atenção na dor que sei que vou sentir, e creio que aí é que está o meu maior erro.
O gel tira boa parte da dor, mas vamos pensar dessa forma, sabendo que o local está anestesiado não devo pensar na dor, por que de uma forma ou de outra, mesmo que ela apareça vai ser diminuída, sei que não devo levar meus problemas de outras áreas para a cama, tenho que estar presente no ato que estou compartilhando com meu marido, e também já aprendi que tenho que encarar o sexo como uma coisa natural, não é errado, eu amo o homem que está comigo e sei que ele me ama (afinal nenhum homem fica com uma mulher pobre e vagínica por tanto tempo, a menos que a ame...rsrsrsrsrs)!
Acho que no fim precisamos aprender a disciplinar nossos corpos, nossas mentes!
Bom pelo menos eu preciso aprender a relaxar, a controlar meus músculos, por que sem a dor insuportável é muito mais fácil senti-los nesse momento, deixar a minha mento e meu corpo funcionarem em equilíbrio, acho que esse pode ser um caminho para a cura enquanto as consultas são difíceis de marcar e os médicos são caros.
Pelo menos esse é o caminho que estou tentando, consegui alguns progressos na noite passada, a penetração foi um pouco mais profunda e mais fácil, sem contar que incrivelmente menos dolorida, sei que não solucionou o problema, mas foi um passo, estou começando a conhecer o meu corpo e a tentar ter um controle maior sobre ele, estou começando a ver algumas atitudes como erros meu e tentando corrigi-las, se vai dar certo? Não sei. A única coisa que tenho em mãos agora é um encaminhamento para um médico, a vontade de me curar e uma ideia meio doida que me surgiu como tentativa de melhora.
Vejo tudo isso como a recuperação de um dependente químico por exemplo, tem que acontecer aos poucos, um passo de cada vez, nesse caso, um centímetro de cada vez, uma descoberta de cada vez, vou tentar todas as técnicas de relaxamento e concentração que achar interessantes, e vou tentar me curar mesmo que seja sozinha! Os momentos de desânimos tem que ser exatamente isso MOMENTOS, não mais nem menos, eles existem e passam e nós temos que tomar folego arrumar animo e seguir em frente!
Não desistam meninas, estarei aqui com minhas loucas ideias para o que vocês precisarem (menos dinheiro, por que isso eu também não tenho...rsrsrsrsrs), e vamos sim superar a fase do vaginismo!
Se interessar para alguém o nome do lubrificante anestésico que comprei é Kama Shastra, é um pouco caro e meio mentolado (as partes que eu não gosto na coisa toda...), mas me ajudou, é fácil de encontrar em qualquer sex shop.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A vida continuando e eu tendo coisas loucas para tentar dar um jeito no meu bendito vaginismo...



Uma das coisas que ninguém fala é como acontece afinal o tratamento do vaginismo, e é nisso que quero ser diferente nesse blog!
Bom fui em uma médica que me encaminhou para outra médica, mas o tratamento com aquela médica maravilhosa. Inicialmente tudo começou literalmente como uma terapia, muuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiittttttttaaaaaaaa conversa e um exame físico bem tranquilo, respeitando os limites do meu grau de vaginismo.
Ao fim da consulta, e com o vaginismo diagnosticado por mais uma profissional, eu tinha duas opções, fazer o tratamento com ela, e vender a minha alma pra pagar, por mais que a médica dissesse que o valor era negociável, ainda assim os valores estavam completamente fora das minhas possibilidades, ou procurar por tratamento pela rede SUS.
Por mais incrível que possa parecer o SUS oferece tratamento para vaginismo, em São Paulo temos 3 opções:
* CATVA, localizado na Rua Embaú, 66, na Vila Clementino, zona sul de São Paulo. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 5549-6174.
* A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
* Hospital Pérola Bayton.
Considerando a minha incapacidade financeira em relação ao valor do tratamento particular, estou tentando iniciar de fato o meu tratamento pelo SUS.
A médica recomendou que eu e meu marido não fizéssemos mais tentativas de penetração enquanto eu não começar o tratamento, mas sinceramente, a ansiedade é muito grande...
Comprei um lubrificante anestésico e estou tentando tomar coragem de usar pra ver se vai funcionar, uma vez que o motivo do surgimento do vaginismo é psicológico na minha cabeça faz sentido dar um jeito na dor para tentar me acostumar com a realidade de uma coisa entrando no meu corpo.
Enfim, depois, assim que eu conseguir ter coragem para tentar com o anestésico eu posto aqui o que aconteceu.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Afinal o que é VAGINISMO?

Falei muitas coisas sobre o vaginismo na minha vida, mas acabei não colocando o básico, por que a maioria dos sites falam isso, mas mesmo assim para quem nunca ouviu falar aí vai.
Para quem não sabe vaginismo se caracteriza pela contração involuntária dos músculos da vagina e do assoalho pélvico, o que traduzido que dizer, que quando um homem tenta penetrar uma mulher com vaginismo os músculos da vagina dela se contraem e ela tem dores horríveis, que as vezes podem ser suportáveis possibilitando a penetração, mas não o prazer da mulher, e as vezes podem ser insuportáveis e impossibilitar tanto a penetração quanto o prazer feminino durante a relação.
O que não quer dizer que a mulher com vaginismo, não sente vontade de ter relações sexuais, ou que tenha aversão ao parceiro, apenas quer dizer que por algum motivo biológico ou psicológico ela tem problemas em relação a PENETRAÇÃO durante o sexo.
Eu por exemplo não tenho nenhum problema com as partes que não envolvem penetração, e se tem algum homem por aqui lendo e achando que sexo é APENAS penetração, acho que está na hora de rever os seus conceitos e conversar mais abertamente com a mulherada!!!!
Ah, e gente, VAGINISMO TEM CURA!!! E é isso o que estamos em busca nesse blog...

Ok, tenho vaginismo. E agora?


É exatamente essa a sensação que temos depois de descobrir que o vaginismo existe, e pior ainda, existem EM NOSSA VIDA!
A MINHA primeira reação foi tentar buscar uma saída sozinha, tentar colocar na minha cabeça que sexo não tem nada de errado, principalmente para mim que sou uma mulher casada que quer fazer sexo com o próprio marido. E o meu primeiro passo foi tentar convencer o meu subconsciente de que realmente não existe um por que em todo esse drama, afinal, eu estou casada e esse é o meu marido, de certa forma não é apenas certo, mas se eu pensar de uma forma mais antiquada é meio que o meu dever!
Para ser sincera o pensamento de que não havia nada de errado com o ato do sexo em si, ajudou bastante. Eu passei de penetração nenhuma para meia penetração (quando digo isso quero dizer que nenhuma parte do pênis do meu marido conseguia me penetrar, mas depois de passar alguns meses pensando fixamente que não tinha nada de errado ele conseguiu introduzir a metade do pênis em mim, mas não posso dizer que isso foi indolor...), o que já era alguma coisa. E apesar da dor esse pequeno progresso já nos deixou bastante felizes e otimistas!
Eis um fato que esqueci de contar, até então eu tomava anticoncepcional (Diane 35), e tive um sangramento sem explicação, que durou 3 meses diga-se de passagem, e voltei ao médico, mais por medo dos motivos do sangramento do que por causa do vaginismo (uns 2 anos antes de casar eu já tinha tido um diagnóstico de ovários policísticos e no fim só tomava pilula por causa disso...), mas não tinha como, eu precisava aproveitar o fato de já ter arrumado uma desculpa para ir ao médico e contar o que me incomodava além do sangramento, assim pelo menos não precisaria justificar para a minha família as minhas idas a médicos estando relativamente saudável.
Bom, no fim a minha consulta era no hospital que a minha irmã trabalha, e a minha mãe foi junto por que estava preocupada (uma das hipóteses para o meu sangramento era um aborto espontâneo, e mesmo quando se tem relações sem penetração essa é uma possibilidade que assusta...), conversei com a médica e expliquei o que estava acontecendo, ela pediu que eu fizesse um exame de ultrassom, para ter uma ideia de como estavam os meus ovários, e pediu para me examinar, e ai a tortura foi maior...
Apesar das tentativas da médica em ser delicada, o exame físico foi uma provação, por vários motivos, primeiro por que dificilmente um médico te avisa de fato quando vai colocar as mãos em você, principalmente quando é um ginecologista, e aí de repente você está lá batendo o maior papo com o médico e sente um dedo sendo enfiado vagina acima sem a maior cerimonia, e simplesmente pula da cadeira morrendo de dor (desculpem pelo modo que descrevi a cena, mas não encontrei um meio mais suave de falar da situação...), mas no fim o dedo foi a parte fácil, o pior ainda estaria por vir, um pequeno aparelho que a maioria das mulheres chama de "bico de pato", e que sinceramente me causou a dor mais horrível da vida, uma dor que queima as pernas e os pés e que claro me fez ter uma hiper crise de choro no consultório da médica, enquanto esta pedia para que eu cooperasse com o exame e relaxasse..., não entendo essa dos médicos pedirem pra gente relaxar quando estamos com dor, não conheço uma só pessoa que seja capaz de relaxar sentindo dor!
Enfim, exame terminado, e o vaginismo diagnosticado, e agora?
A minha médica me encaminhou para outra médica especialista em terapia sexual (o famoso sexólogo), que ela conhecia, e eu rapidamente marquei uma consulta com essa outra especialista.
A consulta não foi barata, nem perto da minha casa, mas tenho que admitir que passei com a melhor médica que já conheci...

O inicio de tudo, a descoberta...




Quando falamos de vaginismo as pessoas sempre pensam em algum tipo de violência sexual envolvida com o motivo do surgimento dessa doença, mas nem sempre é assim.
No meu caso por exemplo, não descobri nenhum tipo de doença, ou trauma que tenha desencadeado a situação do vaginismo na minha vida; minha educação não foi tão liberal quanto a educação dos adolescentes que vejo atualmente, mas também não foi rígida o suficiente para justificar esse tipo de problema.
Namorei por 3 anos e 11 meses com o homem que atualmente é meu marido, e é claro que tínhamos algum tipo de intimidade física, o que normalmente seria motivo de preconceito para muitas pessoas, como sexo oral e masturbação por exemplo, para nós eram coisas naturais, saudáveis e extremamente prazerosas, mas de verdade enquanto namorávamos nunca tentamos uma penetração vaginal séria, quando começávamos era mais uma brincadeira sem compromisso, se acontecesse estaríamos bem, se não acontecesse também não haveriam problemas estávamos felizes e aproveitávamos o nosso relacionamento dessa forma.
Um mês antes de completarmos 4 anos juntos, nos casamos, com tudo que poderíamos sonhar, vestido de noiva, cerimonia na igreja, festa, nada poderia ser mais perfeito. E depois de tudo isso era chegada a noite tão esperada..., que foi passada com um banho bem relaxante para retirar toda a maquiagem, e uma ótima noite de sono!rsrsrsrsrsrsrs
Depois de festa, bebida e um dia um tanto quanto estressante e cansativo, não se podia esperar realmente nada diferente, apesar de ser claramente uma noite de núpcias...
Com o passar dos dias as tentativas de penetração ser tornaram mais verdadeiras (acho que a palavra é essa...), e seriamente muito mais dolorosas.
Quando você fala  de dor na relação sexual, todo mundo faz a mesma pergunta (inclusive os médicos...), "É uma dor insuportável?" e você depois de ter respondido essa pergunta mais de uma vez, já com vontade de bater nas pessoas escuta o seu inconsciente respondendo: "Não, é que eu gosto de fazer drama e visitar diversos médicos....", mas o que acontece na verdade é que você respira fundo e responde com educação que sim, É uma dor INSUPORTÁVEL!
E a parte mais importante, e que eu mesma não conseguia entender, a dor não era APENAS vaginal, mas sim uma dor que se estendia por toda a perna até o pé, mas pensa que vai passar por que afinal todo mundo fala que a primeira penetração dói, mas ninguém fala de intensidade..., e todas as nossas tentativas acabaram com uma dor horrível, uma grande crise de choro e meu marido maravilhoso super compreensivo tentando meu acalmar.
Um dia assistindo um programa (segue o link: O Que É Vaginismo? no MSN Vídeo, lembrando que isso é apenas um trecho do vídeo original), descobri enfim, o que era a dor que eu senti num momento que era para ser tão maravilhoso