quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O início da avalanche...


Agora posso finalmente dizer que em algum nível o meu tratamento teve início.
Há duas semanas, tenho feito terapia com a psicóloga do posto de saúde perto da minha casa. Mesmo que ela tenha me aconselhado a procurar um centro de tratamento especializado para complementar nosso trabalho juntas, já começo a sentir mudanças em mim como pessoa, que normalmente achamos que nada tem a ver com o vaginismo, mas que depois de perceber o quanto nos incomodam, começamos a pensar que o problema tem raízes mais profundas e complexas do que conseguimos imaginar.
Tudo por enquanto tem girado em torno de conversas sobre a história da minha vida, de como foi a adolescência  de como são as pessoas da minha família, enfim. O assunto sexualidade foi abordado, o assunto repressão da sexualidade foi abordado, mas como disse a minha psicologa, com vaginismo ou sem vaginismo somos pessoas completas não apenas vaginas.
E percebi que existem muitas coisas que aconteceram comigo que simplesmente prefiro bloquear, e fingir que não me magoaram, percebi que o meu problema com o vaginismo é apenas a ponta de tudo de errado que ainda existe para resolver dentro e fora de mim, que no fim o vaginismo é muito mais do que um simples bloqueio com sexo, o problema está muito além de ser apenas sexo, na verdade acho que o problema sexual é apenas a manifestação de que algo de muito mais errado existe em nossas vidas.
A primeira médica a quem contei sobre o vaginismo, me falou que na verdade ele não é a doença, ele á apenas a causa de algum outro distúrbio  e agora depois de ter a experiência de começar a ter algum acompanhamento psicológico tenho a tendencia de concordar com essa hipótese.
Percebi que o problema não é apenas a minha vida sexual, minha criação influenciou  as coisas que aprendi a dar valor influenciaram, as colhas que fiz na vida me levaram a ser uma mulher vagínica.
Mas isso não quer dizer que tudo isso vá simplesmente ficar do jeito que está apenas por que eu percebi que passei toda a minha vida caminhando para o vaginismo. Muito pelo contrário, agora que começo a vislumbrar o que aconteceu de errado, onde eu deveria ter agido e onde deveria ter gritado, tenho tudo o que preciso para começar a mudar o curso das coisas na minha vida, a mudança já se iniciou, com o começo do tratamento já começo a perceber coisas diferentes em mim, quem sabe com um pouco mais de persistência eu não consiga um dia chegar a cura...

6 comentários:

  1. Parabéns por esse passo tão importante! Fico muito feliz, porque isso requer atitude, investimento, coragem. Perceber essas mudanças é uma conquista. Conte mais, e conte comigo.

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    1. Obrigada! Estou descobrindo que a parte mais difícil nem é começar o tratamento, mas sim se manter nele, afinal é enfrentar todas aquelas coisas que conscientemente ou inconscientemente tentamos sufocar, ou simplesmente bloqueamos! É como lutar contra você mesma em todas as consultas, exige muita perseverança...

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  2. Também acho que o vaginismo é o efeito do modo como nos acostumamos a reagir à vida. E é claro que nenhuma mulher se resume à vagina, e por isso mesmo depois de superar o vaginismo muitos problemas pessoais e de relacionamento tendem a continuar existindo.
    Mas o importante do que você está vivendo é como é maravilhoso descobrirmos que podemos nos transformar sem perder a nossa identidade. Se transformar para agirmos livremente, sem condicionamentos ou pelo menos consciente deles.
    Um abraço

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    1. Marcelo,

      É maravilhoso, difícil, assustador e muitas vezes deprimente, mas ninguém nunca disse que não seria nenhuma dessas coisas. O que nos motiva a continuar é querer a cura acima de tudo!

      Abraços...

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  3. Acho importante que você tenha consciência sobre persistência. Ela é mesmo palavra de ordem no processo. Persista! ABs

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    1. Considerando que a situação em si é hiper desagradável e constrangedora, e o tratamento além de ser as duas coisas, ainda é deprimente, sem persistência a gente não vai sair do lugar nunca. A alma do negocio é persistir e manter o foco, lembrar que tudo isso é uma parte da jornada na busca pela cura! Fazer o que...
      Abraços!

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