Faz algum tempo que não escrevo, na verdade por que não tenho novidades de fato a compartilhar, e pelo fato de a minha vida ter andado bastante corrida ultimamente.
Mas aconteceu uma coisa comigo nos últimos dias que me deixou bastante triste e abalada, e que eu imagino já tenha acontecido mais de uma vez com todas nós.
Já tinha comentado aqui antes que minha médica me mandou parar de tomar o anticoncepcional que eu tomava há alguns anos em função dos cistos que tenho nos ovários, pois é isso faz alguns meses, na verdade desde que confirmaram o meu disgnóstico de vaginismo, portanto, mais ou menos desde o nascimento desse blog. E acontece, que como disse minha médica uma vez, mesmo sem penetração o que tenho com meu marido também é definido como relação sexual, e simplesmente aconteceu de o meu ciclo tão regular e normal começar a sofrer modificações estranhas, pra se dizer o minimo, fiquei menstruada um unico dia no mês de outubro e agora estamos chegando em dezembro e nem sinal dessa bendita de novo. A primeira coisa que fiz foi comprar um daqueles famosos testes de gravidez, por que afinal de contas a gente nunca sabe e é sempre melhor termos certeza antes de sairmos por aí fazendo estrepolias principalmente quando estamos envolvendo outras vidas na história, fiz o teste que deu negativo, e continuei aguardando os sintomas que tenho normalmente nessa época, mas nada, então seguindo as instruções na caixinha aguardei mais um tempo e fiz outro teste que também deu negativo, ai no fundo bate o desespero de pensar que
você pode estar fazendo alguma coisa errada no processo do teste, seja lá ela qual for.
Resultado, procurei um médico, que não era a minha médica de costume, que além de provavelmente já ter saído de licença maternidade, também me custaria muito mais caro. Simplesmente procurei uma médica perto da minha casa e que tivesse um preço acessível, afinal no final do mês é meio complicado ter grandes gastos, e pra ser muito sincera fui mesmo meio arrastada pela minha mãe realmente acredita que eu esteja gravida, mesmo não apresentando nenhum sintoma além do sumiço repentino da minha irritante menstruação.
No fundo eu entendo o desespero da minha mãe, desde os 11 anos, nunca passei um único mês sem esse incomodo, mas acredito realmente que sejam apenas os meus cistos de ovário dando sinais de existência.
Mas de qualquer forma, fui ao médico, na verdade um senhora com cara de exercer essa profissão há longos anos, contei toda a minha história a ela logo de cara, sobre o vaginismo e o meu casamento e os médicos que já passei, terapias e blá, blá, blá.
Bom a primeira coisa que a pessoa me disse foi: "Você tem vaginismo e está casada há 9 meses? O seu marido é muito paciente e o seu casamento vai acabar logo, logo!!!", antes de mais nada, isso é coisa que um MÉDICO diga pra uma PACIENTE, que já sofre de um problema de fundo PSICOLÓGICO?!?!?!?!? Enfim, passamos dessa fase e ela foi me examinar, bom até o presente momento apenas uma médica me examinou de uma forma no minimo decente que foi a minha terapeuta, o resto sempre me parece um tanto quanto descuidada, e realmente depois de ela ter dito que o meu marido me deixaria por que não conseguimos ainda fazer sexo com penetração, não sei realmente por que permiti que ela me examinasse, acho que no fundo estou também bastante preocupada com o desaparecimento do meu ciclo menstrual regular...bom com ela não foi diferente! Um exame doloroso para dizer o minimo.
O resultado de tudo isso foi uma consulta medíocre, e um pedido de ultrassonografia pélvica (pelo menos ela não foi louca e insensível o suficiente para me pedir uma ultrassom transvaginal!!!), o cartão de uma psicóloga, e uma depressão maior do que já tive em qualquer um desses 9 meses em que luto contra o vaginismo!
Passei o resto do dia deprimida e metade da noite chorando, ainda bem que foi numa sexta-feira, por que se fosse no meio da semana, realmente não sei como trabalharia no dia seguinte, o coitado do meu marido desesperado sem saber o que estava acontecendo, por que não tinha coragem de contar para ele por que estava daquele jeito, e isso me rendeu uma noite muito mal dormida e muitas lágrimas!!!!
Hoje dois dias depois consegui contar pro meu marido o que estava me incomodando naquele dia, e é óbvio que ele é dissipou o meu desespero e me fez lembrar que o que nos une é muito maior e mais forte do que o vaginismo, e no fundo eu sei disso, um lado de mim gritava para que eu voltasse a realidade e lembrasse que intimidade não diz respeito apenas a penetração e que nada disso fazia sentido, afinal de contas é uma pessoa que não me conhece, não conhece nem o meu marido nem o nosso relacionamento que estava falando isso.
A mensagem que eu quero passar no post de hoje é a seguinte: não se deixem abater por esse tipo de gente que acha que o mundo vai acabar por que você ainda não conseguiu permitir uma penetração, ou não sentiu prazer nas penetrações que teve até hoje, ou que simplesmente acha que vaginismo é frescura. Quem diz esse tipo de coisa, tem a complexidade emocional de uma colher de chá, e infelizmente ainda não aprendeu que amor e sexo são conceitos que vão muito além do simples ato da penetração!
Fica a dica...