terça-feira, 18 de setembro de 2012

Loucuras contra indicadas pelos médicos...


Há um tempo, eu tinha dito que comprei um gel anestésico e que tentaria usá-lo, para tentar ter pelo menos uma penetração menos pior já que o vaginismo como diz o blog está presente em minha vida...rsrsrsrs
Não sei se já contei, mas estou casada há 6 meses, na verdade quase 7 meses, e ainda não consegui ter uma penetração completa com meu marido. Fazemos várias outras coisas, mas quando chega na penetração propriamente dita o mundo para e a Luthy Fray aqui trava completamente.
Acho que é valido apenas para servir de consolo para as pessoas que estiverem lendo que essa situação é absurdamente frustrante, que apesar de no blog, protegida pelo anonimato, eu conseguir falar disso de forma descontraída, e mais aberta até do que a minha personalidade permitiria em situações normais, essa situação não é de forma alguma fácil, nem de conviver, muito menos de aceitar, muito pelo contrário.
A cada tentativa sem sucesso, me senti defeituosa, como uma peça de fábrica que é mal encaixada no momento da prensa e tem no futuro o destino de se tornar um pedaço inútil de qualquer coisa. Convivo com adolescentes, e é absurdamente frustrante ver essas adolescentes da atualidade que saem de férias da escola e voltam grávidas como se isso fosse a coisa mais natural do mundo, e me perguntar, por que eu mulher feita, empregada, responsável por minha própria vida não consigo ter sucesso no âmbito sexual? Minha indignação foi tão séria que foi um dos assuntos abordados na minha primeira consulta da terapia (aquela com a médica maravilhosa que eu não vou ter dinheiro para pagar...), me senti extremamente mal por tudo isso, por não conseguir fazer sexo como as outras pessoas!
Vaginismo nunca é um assunto fácil de lidar!
Mas aqui posso falar disso de forma aberta, sei que quem está lendo, apenas pesquisou o assunto por que tem ou conhece alguém que tenha, e quando a gente sabe do que está falando, também sabe que pode confiar na outra pessoa!
Também percebi que quanto mais eu encarar isso como uma barreira, mais difícil vai ser superar toda essa fase! Começo a pensar até que o vaginismo não deveria ser tratado como uma doença, deveria ser mais como uma fase de amadurecimento psicológico, nunca é fácil, mas temos que passar por isso! Desistir não é uma opção, desistir é adiar uma coisa que de uma forma ou de outra estará com você o tempo inteiro, não vai ser saudável desistir, por que se você já descobriu que tem vaginismo quer dizer que provavelmente você tem alguém de quem você gosta, ou gostou o suficiente para sentir a necessidade de compartilhar o seu próprio corpo, nenhuma mulher com vaginismo vai tentar fazer sexo, apenas por fazer a dor e o desconforto são muito grandes para se tomar uma decisão assim.
Enfim, estava falando sobre o gel que comprei, bom meus avanços físicos com ele nem sei se foram tão grandes, mas percebi muitas coisas que acredito que me serão úteis nessa caminhada rumo a cura!
A primeira coisa foi que , percebi que espero que as coisas mudem quando resolvo tentar a penetração, de alguma forma, não espero que de certo e fico realmente tensa nesse momento, me distraio, começo a pensar nos problemas do cotidiano, na falta de dinheiro para fazer o tratamento da forma que eu queria, nas contas, na torcida das pessoas que sabem que eu tenho vaginismo pela minha cura, no medo de engravidar nessas tentativas já que não estou fazendo uso de nenhum método contraceptivo (e isso eu não aconselho que vocês façam, tenho um certo receio, mas já fiz isso mais de uma vez, então se tiver que acontecer alguma coisa, já deve ter acontecido e descobrirei em breve...rsrsrsrsrs) e me pego pensando nisso e em várias outras coisas nesse momento. E sinceramente não é para ser assim!
Não é que me falta vontade, muito pelo contrário! Mas prestando atenção a esses detalhes percebi que apenas não penso em tudo isso por que no momento da penetração normalmente, por que concentro a minha atenção na dor que sei que vou sentir, e creio que aí é que está o meu maior erro.
O gel tira boa parte da dor, mas vamos pensar dessa forma, sabendo que o local está anestesiado não devo pensar na dor, por que de uma forma ou de outra, mesmo que ela apareça vai ser diminuída, sei que não devo levar meus problemas de outras áreas para a cama, tenho que estar presente no ato que estou compartilhando com meu marido, e também já aprendi que tenho que encarar o sexo como uma coisa natural, não é errado, eu amo o homem que está comigo e sei que ele me ama (afinal nenhum homem fica com uma mulher pobre e vagínica por tanto tempo, a menos que a ame...rsrsrsrsrs)!
Acho que no fim precisamos aprender a disciplinar nossos corpos, nossas mentes!
Bom pelo menos eu preciso aprender a relaxar, a controlar meus músculos, por que sem a dor insuportável é muito mais fácil senti-los nesse momento, deixar a minha mento e meu corpo funcionarem em equilíbrio, acho que esse pode ser um caminho para a cura enquanto as consultas são difíceis de marcar e os médicos são caros.
Pelo menos esse é o caminho que estou tentando, consegui alguns progressos na noite passada, a penetração foi um pouco mais profunda e mais fácil, sem contar que incrivelmente menos dolorida, sei que não solucionou o problema, mas foi um passo, estou começando a conhecer o meu corpo e a tentar ter um controle maior sobre ele, estou começando a ver algumas atitudes como erros meu e tentando corrigi-las, se vai dar certo? Não sei. A única coisa que tenho em mãos agora é um encaminhamento para um médico, a vontade de me curar e uma ideia meio doida que me surgiu como tentativa de melhora.
Vejo tudo isso como a recuperação de um dependente químico por exemplo, tem que acontecer aos poucos, um passo de cada vez, nesse caso, um centímetro de cada vez, uma descoberta de cada vez, vou tentar todas as técnicas de relaxamento e concentração que achar interessantes, e vou tentar me curar mesmo que seja sozinha! Os momentos de desânimos tem que ser exatamente isso MOMENTOS, não mais nem menos, eles existem e passam e nós temos que tomar folego arrumar animo e seguir em frente!
Não desistam meninas, estarei aqui com minhas loucas ideias para o que vocês precisarem (menos dinheiro, por que isso eu também não tenho...rsrsrsrsrs), e vamos sim superar a fase do vaginismo!
Se interessar para alguém o nome do lubrificante anestésico que comprei é Kama Shastra, é um pouco caro e meio mentolado (as partes que eu não gosto na coisa toda...), mas me ajudou, é fácil de encontrar em qualquer sex shop.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A vida continuando e eu tendo coisas loucas para tentar dar um jeito no meu bendito vaginismo...



Uma das coisas que ninguém fala é como acontece afinal o tratamento do vaginismo, e é nisso que quero ser diferente nesse blog!
Bom fui em uma médica que me encaminhou para outra médica, mas o tratamento com aquela médica maravilhosa. Inicialmente tudo começou literalmente como uma terapia, muuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiittttttttaaaaaaaa conversa e um exame físico bem tranquilo, respeitando os limites do meu grau de vaginismo.
Ao fim da consulta, e com o vaginismo diagnosticado por mais uma profissional, eu tinha duas opções, fazer o tratamento com ela, e vender a minha alma pra pagar, por mais que a médica dissesse que o valor era negociável, ainda assim os valores estavam completamente fora das minhas possibilidades, ou procurar por tratamento pela rede SUS.
Por mais incrível que possa parecer o SUS oferece tratamento para vaginismo, em São Paulo temos 3 opções:
* CATVA, localizado na Rua Embaú, 66, na Vila Clementino, zona sul de São Paulo. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 5549-6174.
* A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
* Hospital Pérola Bayton.
Considerando a minha incapacidade financeira em relação ao valor do tratamento particular, estou tentando iniciar de fato o meu tratamento pelo SUS.
A médica recomendou que eu e meu marido não fizéssemos mais tentativas de penetração enquanto eu não começar o tratamento, mas sinceramente, a ansiedade é muito grande...
Comprei um lubrificante anestésico e estou tentando tomar coragem de usar pra ver se vai funcionar, uma vez que o motivo do surgimento do vaginismo é psicológico na minha cabeça faz sentido dar um jeito na dor para tentar me acostumar com a realidade de uma coisa entrando no meu corpo.
Enfim, depois, assim que eu conseguir ter coragem para tentar com o anestésico eu posto aqui o que aconteceu.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Afinal o que é VAGINISMO?

Falei muitas coisas sobre o vaginismo na minha vida, mas acabei não colocando o básico, por que a maioria dos sites falam isso, mas mesmo assim para quem nunca ouviu falar aí vai.
Para quem não sabe vaginismo se caracteriza pela contração involuntária dos músculos da vagina e do assoalho pélvico, o que traduzido que dizer, que quando um homem tenta penetrar uma mulher com vaginismo os músculos da vagina dela se contraem e ela tem dores horríveis, que as vezes podem ser suportáveis possibilitando a penetração, mas não o prazer da mulher, e as vezes podem ser insuportáveis e impossibilitar tanto a penetração quanto o prazer feminino durante a relação.
O que não quer dizer que a mulher com vaginismo, não sente vontade de ter relações sexuais, ou que tenha aversão ao parceiro, apenas quer dizer que por algum motivo biológico ou psicológico ela tem problemas em relação a PENETRAÇÃO durante o sexo.
Eu por exemplo não tenho nenhum problema com as partes que não envolvem penetração, e se tem algum homem por aqui lendo e achando que sexo é APENAS penetração, acho que está na hora de rever os seus conceitos e conversar mais abertamente com a mulherada!!!!
Ah, e gente, VAGINISMO TEM CURA!!! E é isso o que estamos em busca nesse blog...

Ok, tenho vaginismo. E agora?


É exatamente essa a sensação que temos depois de descobrir que o vaginismo existe, e pior ainda, existem EM NOSSA VIDA!
A MINHA primeira reação foi tentar buscar uma saída sozinha, tentar colocar na minha cabeça que sexo não tem nada de errado, principalmente para mim que sou uma mulher casada que quer fazer sexo com o próprio marido. E o meu primeiro passo foi tentar convencer o meu subconsciente de que realmente não existe um por que em todo esse drama, afinal, eu estou casada e esse é o meu marido, de certa forma não é apenas certo, mas se eu pensar de uma forma mais antiquada é meio que o meu dever!
Para ser sincera o pensamento de que não havia nada de errado com o ato do sexo em si, ajudou bastante. Eu passei de penetração nenhuma para meia penetração (quando digo isso quero dizer que nenhuma parte do pênis do meu marido conseguia me penetrar, mas depois de passar alguns meses pensando fixamente que não tinha nada de errado ele conseguiu introduzir a metade do pênis em mim, mas não posso dizer que isso foi indolor...), o que já era alguma coisa. E apesar da dor esse pequeno progresso já nos deixou bastante felizes e otimistas!
Eis um fato que esqueci de contar, até então eu tomava anticoncepcional (Diane 35), e tive um sangramento sem explicação, que durou 3 meses diga-se de passagem, e voltei ao médico, mais por medo dos motivos do sangramento do que por causa do vaginismo (uns 2 anos antes de casar eu já tinha tido um diagnóstico de ovários policísticos e no fim só tomava pilula por causa disso...), mas não tinha como, eu precisava aproveitar o fato de já ter arrumado uma desculpa para ir ao médico e contar o que me incomodava além do sangramento, assim pelo menos não precisaria justificar para a minha família as minhas idas a médicos estando relativamente saudável.
Bom, no fim a minha consulta era no hospital que a minha irmã trabalha, e a minha mãe foi junto por que estava preocupada (uma das hipóteses para o meu sangramento era um aborto espontâneo, e mesmo quando se tem relações sem penetração essa é uma possibilidade que assusta...), conversei com a médica e expliquei o que estava acontecendo, ela pediu que eu fizesse um exame de ultrassom, para ter uma ideia de como estavam os meus ovários, e pediu para me examinar, e ai a tortura foi maior...
Apesar das tentativas da médica em ser delicada, o exame físico foi uma provação, por vários motivos, primeiro por que dificilmente um médico te avisa de fato quando vai colocar as mãos em você, principalmente quando é um ginecologista, e aí de repente você está lá batendo o maior papo com o médico e sente um dedo sendo enfiado vagina acima sem a maior cerimonia, e simplesmente pula da cadeira morrendo de dor (desculpem pelo modo que descrevi a cena, mas não encontrei um meio mais suave de falar da situação...), mas no fim o dedo foi a parte fácil, o pior ainda estaria por vir, um pequeno aparelho que a maioria das mulheres chama de "bico de pato", e que sinceramente me causou a dor mais horrível da vida, uma dor que queima as pernas e os pés e que claro me fez ter uma hiper crise de choro no consultório da médica, enquanto esta pedia para que eu cooperasse com o exame e relaxasse..., não entendo essa dos médicos pedirem pra gente relaxar quando estamos com dor, não conheço uma só pessoa que seja capaz de relaxar sentindo dor!
Enfim, exame terminado, e o vaginismo diagnosticado, e agora?
A minha médica me encaminhou para outra médica especialista em terapia sexual (o famoso sexólogo), que ela conhecia, e eu rapidamente marquei uma consulta com essa outra especialista.
A consulta não foi barata, nem perto da minha casa, mas tenho que admitir que passei com a melhor médica que já conheci...

O inicio de tudo, a descoberta...




Quando falamos de vaginismo as pessoas sempre pensam em algum tipo de violência sexual envolvida com o motivo do surgimento dessa doença, mas nem sempre é assim.
No meu caso por exemplo, não descobri nenhum tipo de doença, ou trauma que tenha desencadeado a situação do vaginismo na minha vida; minha educação não foi tão liberal quanto a educação dos adolescentes que vejo atualmente, mas também não foi rígida o suficiente para justificar esse tipo de problema.
Namorei por 3 anos e 11 meses com o homem que atualmente é meu marido, e é claro que tínhamos algum tipo de intimidade física, o que normalmente seria motivo de preconceito para muitas pessoas, como sexo oral e masturbação por exemplo, para nós eram coisas naturais, saudáveis e extremamente prazerosas, mas de verdade enquanto namorávamos nunca tentamos uma penetração vaginal séria, quando começávamos era mais uma brincadeira sem compromisso, se acontecesse estaríamos bem, se não acontecesse também não haveriam problemas estávamos felizes e aproveitávamos o nosso relacionamento dessa forma.
Um mês antes de completarmos 4 anos juntos, nos casamos, com tudo que poderíamos sonhar, vestido de noiva, cerimonia na igreja, festa, nada poderia ser mais perfeito. E depois de tudo isso era chegada a noite tão esperada..., que foi passada com um banho bem relaxante para retirar toda a maquiagem, e uma ótima noite de sono!rsrsrsrsrsrsrs
Depois de festa, bebida e um dia um tanto quanto estressante e cansativo, não se podia esperar realmente nada diferente, apesar de ser claramente uma noite de núpcias...
Com o passar dos dias as tentativas de penetração ser tornaram mais verdadeiras (acho que a palavra é essa...), e seriamente muito mais dolorosas.
Quando você fala  de dor na relação sexual, todo mundo faz a mesma pergunta (inclusive os médicos...), "É uma dor insuportável?" e você depois de ter respondido essa pergunta mais de uma vez, já com vontade de bater nas pessoas escuta o seu inconsciente respondendo: "Não, é que eu gosto de fazer drama e visitar diversos médicos....", mas o que acontece na verdade é que você respira fundo e responde com educação que sim, É uma dor INSUPORTÁVEL!
E a parte mais importante, e que eu mesma não conseguia entender, a dor não era APENAS vaginal, mas sim uma dor que se estendia por toda a perna até o pé, mas pensa que vai passar por que afinal todo mundo fala que a primeira penetração dói, mas ninguém fala de intensidade..., e todas as nossas tentativas acabaram com uma dor horrível, uma grande crise de choro e meu marido maravilhoso super compreensivo tentando meu acalmar.
Um dia assistindo um programa (segue o link: O Que É Vaginismo? no MSN Vídeo, lembrando que isso é apenas um trecho do vídeo original), descobri enfim, o que era a dor que eu senti num momento que era para ser tão maravilhoso