terça-feira, 8 de abril de 2014

A estrada em frente vai seguindo, Deixando a porta onde começa, Devo seguir nada me impeça...


Parece que foi ontem que a minha jornada em busca da cura do vaginismo começava. Agora que finalmente encontrei o que busquei por tanto tempo ficou apenas a nostalgia e a sensação de inconformidade, por que ainda não consigo entender como eu não sabia antes do que sei agora.
Ter alta da terapia foi uma coisa que me deixou um pouco sem chão, esperava que a minha médica fosse prorrogar a alta por umas duas sessões ainda, mas não tínhamos mais o que buscar naquele contexto. Era hora de me lançar na vida sem o apoio constante da terapia.
Nossa despedida foi emocionante e de alguma forma senti como se ela me mostrasse que fui tão especial para ela, quanto ela para mim. É estranho o vazio que provei ao ir embora da ultima sessão de terapia sexual, a felicidade leve de quem finalmente conseguiu atingir o objetivo pelo qual batalhou tanto, misturada com o pesar de alguém que vai sentir falta de toda a luta que a levou até ali.
Fiz exames ginecológicos no consultório normalmente, sem grandes desconfortos, mas não pude deixar de lembrar da primeira vez em que me sentei naquela "mesa" de exames e não pude suportar quase nada perto de mim, tamanha era a dor. Ainda me lembro do sofrimento, do desespero, da primeira longa conversa após a tentativa de realizar os tais exames, de como me senti anormal por não estar pronta para fazer nada daquilo.
O momento do fim me fez lembrar de toda as crises de choro, de todas as complicações, de todo o crescimento, de todos os tabus deixados para trás, de todas as coisas aprendidas e sentidas.
Dizem que no fim da vida vemos tudo o que vivenciamos passar diante de nossos olhos, bom no fim do tratamento do vaginismo vi tudo o que vivi nesse caminho voltar a minha mente de uma forma que tudo o que restou em mim foi felicidade e saudade. Sim, saudade!
Só tenho a dizer para quem ainda está em busca de tudo isso, que sexo com penetração vaginal é muito mais simples, natural e leve do que pensamos, embora realmente seja tão bom quanto dizem...rsrsrsrsrsrs! Não existe nada de mirabolante, não machuca (como eu pensava antes que aconteceria), e o famoso rompimento do hímen, praticamente não dói, é só uma ardência bem leve que na verdade você só vai sentir mesmo quando a relação acaba. O que quero que vocês descubram mais rápido do que eu, é que pouca coisa do que nos disseram sobre sexo é verdade, e muitas vezes nos prendemos aos relatos e experiencias de outras pessoas que dizem que foi tão ruim, mas tão ruim que apenas alimentam o nosso medo. Se fosse tão ruim assim, muitas delas estariam em nossos lugares hoje e não contando suas histórias de terror e tendo suas relações sexuais normalmente.
Não desistam, não desanimem, na maior parte do tempo eu pensei que não conseguiria chegar até aqui, mas cá estou, contando como é essa nova fase, como é virar a página do vaginismo em minha vida. E sei que todas nós temos essa capacidade!
Beijos e muita força a todas vocês!

4 comentários:

  1. Parabéns Luth! A mãe fica feliz em saber que hj vc aproveita do sexo como o ato mágico que ele é, e me entende um pouquinho melhor também.
    Estar junto com vc e te dar uma forcinha nos seus momentos de dúvida e medo foi quase uma terapia pra mim também, nos meus próprios medos e dúvidas.
    Espero que cada experiência sua supere a outra em prazer e em descobertas.
    A mãe te ama.

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  2. Obrigada Me!
    Saiba que sempre pode contar comigo em todas as as dúvidas e medos!
    Também te amo!

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  3. Novas experencias virao, querida! O prazer comseu companheiro vai ser uma descoberta que se desenvolve dia por dia! Torco por vc!

    Silvia Tarifa
    Fisioterapeuta Pelvica

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