quarta-feira, 3 de julho de 2013

Médicos cubanos?!?!?!?!?!?!




Estava hoje acompanhando os manifestos pelo Brasil a fora, quando vi que o manifesto do dia na verdade é de médicos, que são contra o que nós, a mídia e as redes sociais chamamos de "importação de médicos". Apenas para os que por alguma razão não sabem o que vem acontecendo, vou explicar melhor qual é o projeto do governo brasileiro e qual é a polêmica em volta de tudo isso.
O nosso querido governo (não posso aqui falar apenas de presidente, afinal de contas nada é aprovado apenas pela presidência), está com um projeto que visa trazer médicos de Cuba para atender aqui no Brasil, uma vez que a nossa saúde é precária e coisa e tal e tal e coisa.
É claro que os médicos brasileiros são contra, como assim, você vai trazer pessoas de outro país para fazer o que os profissionais daqui já fazem?
Mas aí entramos em dois empasses que ninguém se lembra de falar, na verdade três, mas o terceiro vai ser discutido com toda certeza, uma vez que é contra o governo, e tudo o que é contra o governo da audiência e polêmica.
Então já que é para falar e polêmica, que comecemos pelo terceiro ponto, vamos falar da parcela de culpa do governo nisso tudo, é claro que não temos investimentos na construção de novos hospitais, que os hospitais que já existem, muitas vezes não tem materiais nem estrutura para alguns tratamentos e exames, isso é evidente dentro da nossa sociedade, todas as pessoas que já precisaram do Sistema Único de Saúde, o nosso famoso SUS sabem disso, ou já passaram por algum problema relacionado a falta de materiais e investimento em geral nos nossos hospitais e postos de saúde, agora lindamente chamados de UBS (Unidade Básica de Saúde), mas que continuam funcionando como os nossos antigos postos, pois a única mudança real foi o nome mesmo. O nosso governo de fato não investe como deveria a verba da saúde, isso sem contar que os médicos, pelo menos os contratados pelo Estado de São Paulo, ganham tão mal quanto os professores e os policiais. E realmente não existe por que trazer médicos de outros lugares se não temos condições de trabalho digno nem para os médicos que estão aqui. Ponto essa é a parcela de culpa dos nossos governantes.
Agora vamos discutir os outros dois pormenores que nada tem a ver com os políticos. Antes de qualquer coisa estamos falando de um blog voltado para as pessoas que de alguma forma sofrem com o vaginismo, acredito que não seja uma situação estranha apara ninguém que já começou o tratamento, ou estar começando, ir a um ginecologista, que na verdade nunca ouviu falar sobre vaginismo, e não sei se é por não saber do que se trata faz aquele exame físico que é como cortar a mulher por dentro, e realmente acredita que na verdade é frescura da mulher, afinal ela não pode estar sentindo tanta dor! Ou aquele médico que sabe do que se trata, sabe que o tratamento é mais complicado do que um psicólogo pode dar conta, mas te indica aquele "profissional" amigo que é psicólogo, e ainda tem a cara de pau de dizer que o seu parceiro vai te largar se você não conseguir permitir a penetração vaginal logo (como se isso fosse uma opção sua, mais uma vez, uma frescura da mulher), pelo menos eu passei por ambas situações quando comecei a procurar tratamento.
Então o primeiro contraponto que temos aqui é que muitas das especialidades médicas não são do interesse dos nosso médicos, e não digo isso apenas baseada nas minhas experiências, já ouvi relatos desse interesse da minha própria médica ao compartilhar casos médicos que tem a ver com sexualidade.
E agora vamos finalmente ao ultimo ponto, para quem não sabe, no interior do país, sabe, realmente no meio do mato, onde não há computadores e internet, precisa-se desesperadamente de médicos, a remuneração inclusive é absurdamente maior, mas os médicos não se interessam em ir trabalhar nesses locais, inclusive por que se aqui o investimento em equipamentos hospitalares já é tão pouco, imagine nesses locais, então nada mais simples do que trazer gente de fora que desconhece essa situação, lhes prometer a mesma remuneração e jogá-los nesses lugares, onde quase não existem recursos..., bom, voltamos a falar mal do governo! Mas além da cupa óbvia dos nossos governantes nesse assunto, vamos pensar um pouquinho, antes de explodir as ondas de protestos pelo país a fora e de surgir esse projeto da "importação" de médicos, ninguém se pronunciou, exigindo mais recursos para a saúde das áreas mais remotas do país, por que agora?
O fato é, não sou completamente a favor dos médicos, mas também não sou completamente a favor do governo, acho que a nossa sociedade ainda tem que mudar muito para ser no mínimo aceitável, e acredito que nós vagínicas deveríamos também estarmos lutando por nossos direitos, ou pelo menos pelo direito de ter um tratamento digno nos hospitais e um acompanhamento de verdade, não o faz de conta dos centros de tratamento como o CATVA.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

O exercício do espelho



Estou um pouco atrasada em relação ao objetivo primordial desse blog, que é contar como está sendo o meu tratamento,mas pretendo colocar isso em dias agora que finalmente entrei de férias!
Bom agora estou num trabalho realmente psicológico com a minha terapeuta, conversamos bastante já sobre o fato de sexo ser tabu e por que, falamos sobre atos sexuais, sobre relação sexual, sobre sexualidade e distúrbios sexuais masculinos e femininos.
E agora finalmente entramos na fase dos exercícios para fazer em casa, que também ainda tem muito mais a ver com a questão psicológica presente no vaginismo do que com as questões físicas.
O nosso (digo nosso, por que o meu marido, que frequenta as sessões comigo também tem que fazer, mesmo que seja sozinho) primeiro exercício parece muito simples a nossos olhos e só quando começamos a fazer nos demos conta do quanto poderia ser incomodo. Se tratava de, uma vez por dia, durante 10 minutos nos olharmos no espelho, primeiro o rosto e depois ir descendo (obviamente que o exercício deveria ser feito sem roupa, afinal se olhar no espelho vestido acho que todo mundo olha o tempo inteiro), mas só olhar o próprio corpo por 10 minutos diários!
Tenho que admitir que de início, foi horrível! Acho que estamos tão acostumados a nos olharmos no espelho em busca de saber como ficou nossa combinação de roupas, que nos ver sem a mesma é como não ter objetivos; eu como mulher obviamente me preocupei com gordura (engordei muito desde que casei, principalmente por que tive um problema hormonal que me deixou sem menstruar por quase 6 meses, e aparentemente é impossível emagrecer sem menstruar, muito pelo contrário, você só vai ganhando peso com o passar do tempo, em função da retenção de líquidos, acredito eu), e quando me vi no espelho a primeira imagem que me veio a cabeça como comparativo foi a Vênus Neolítica, e eu a tive que enfrentar. Com o passar do tempo as coisas foram ficando mais fáceis, mesmo por que estou em um processo de emagrecimento agora que os meus hormônios estão voltando ao normal, e foi ficando mais fácil me olhar desnuda, perceber o que gosto e o que não gosto no meu próprio corpo.
Duas semanas depois a minha médica explicou que o objetivo do exercício era de fato nos enxergar e não ver a imagem que queremos passar para as outras pessoas, por isso era tão difícil e incomodo ficar diante do espelho, e nos passou a segunda parte do exercício, que também pareceu fácil quando ouvimos, mas que se mostrou mais difícil que a primeira parte como é esperável.
Na segunda parte do exercício tínhamos que além de nos encararmos frente ao espelho, nos acariciarmos (separadamente), para ver quais as reações que tínhamos nas diferentes partes do nosso corpo, mas ainda não devemos tocar em nossos órgãos sexuais.
Acredito que foi mais difícil do que se eu pudesse me concentrar nos meus órgãos sexuais, e muito mais difícil do que apenas olhar, tanto que fiz muito mais o exercício de apenas olhar, do que o de tocar, primeiro por que, me parece de uma certa forma, que mesmo que o tempo que usamos para fazer isso seja o mesmo, dure mais e exija mais de mim do que só ficar me olhado.
É quase como explorar um lugar desconhecido, mas que já vimos diversas vezes em fotos, mas é estranho por estarmos falando do nosso próprio corpo.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Será que a indignação nunca vai me abandonar???



Pessoal só estou meio sumida, por causa da correria da minha vida profissional mesmo, fim de bimestre na vida de professores é um inferno!!!!rsrsrsrsrs
Na verdade hoje eu tinha pensado em falar de um assunto que na verdade tem pouco a ver com o vaginismo, mas vi um comentário de uma leitora do blog e me revoltei!
Como é que pode um centro que abre com a proposta de ajudar mulheres com distúrbios sexuais, demorar mais de 8 meses para fazer o SEGUNDO contato com a paciente? Principalmente considerando que quase não existem centros nem profissionais especializados no tratamento de distúrbios sexuais? Se for assim nem precisa fazer alarde sobre a abertura do atendimento, afinal espera e atendimento precário não são novidades nesse nosso país!
Agora mais do que nunca entendo por que praticamente todas as vezes que entro aqui vejo pessoas pedindo o contato da minha terapeuta! Por que sinceramente se formos esperar alguma coisa da saúde pública brasileira, estamos muito sem futuro nesse mundo!
Começo a pensar nesse momento de revoltas mil (finalmente nesse país de gente conformada!!!), que o maior erro que nós vagínicas cometemos é termos vergonha do nosso distúrbio, mesmo sabendo que é um assunto extremamente pessoal e que pode afetar a nossa vida em vários aspectos, não deveríamos ter tanta vergonha assim! Não estou dizendo para sairmos gritando aos quatro ventos os problemas que temos, mas que comecemos a lutar mais pelo nosso direito a um tratamento digno e a uma cura rápida se possível! Vamos mandar e-mails insistentes para os órgãos responsáveis pela saúde pública, vamos reivindicar leis que nos assegurem o tratamento, e o tratamento digno e descente! Nós temos o direito de ter o tratamento na rede pública! É obrigação do Estado!!!!
E toda essa indignação me lembra do assunto que eu queria tratar aqui inicialmente, estava passeando pela internet com o meu marido quando vimos o vídeo de um vlog que ele é acostumado a acompanhar, onde estava-se discutindo um novo estatuto em votação; no momento nem liguei muito por que o cara gosta de fazer escândalo por coisas quem nem sempre concordo. O fato é que achei que fosse jogada de marketing pra conseguir audiência, até que hoje comecei a ver protestos pela internet a fora tratando do mesmo assunto e me indignei!
Estou falando nada mais, nada menos do ESTATUTO DO NASCITURO! Pois é, segundo o qual, uma criança fruto de um abuso sexual não poderá ser abortada, e a penalidade para o causador do abuso seria ter o nome na certidão de nascimento e pagar pensão a criança até que a mesma complete 18 anos!
Bom, não sei se alguém por aqui já percebeu que eu tenho a tendencia feia a ser explosiva, mas como isso me indignou e me chocou! Acredito que muitas das mulheres que leem esse blog foram vítimas de abusos sexuais, afinal não é segredo para nenhuma de nós que uma das causas do vaginismo é exatamente essa, então todas vocês que já passaram por esse trauma, imaginem se surgisse uma criança, fruto desse abuso: não seria extremamente complicado criar um filho que foi concebido nessas condições? Olhar no rosto dessa criança e ver os traços da pessoa que mais te desrespeitou na vida? E ainda por cima conviver com o nome dessa criatura no documento que atesta a existência do seu filho e ainda sustentar a criança com as migalhas que esse monstro vai lhe dar como se de alguma forma isso diminuísse o seu sofrimento ou o da criança?
Onde é que esse país vai parar? Quando é que vão parar de aparecer coisas tão absurdas? Já não basta não ter segurança, nem educação, nem saúde, seremos abusadas e ainda precisaremos lidar com a responsabilidade de tudo como se fosse a nosso completa culpa? Só falta agora dizerem que ainda estamos pagando pelo pecado da tal da Eva, e que os homens estão mais do que certos em nos violar por aí, afinal a única responsabilidade deles é "sustentar" a criança depois de tudo!
E quando eu grito por um Estado Laico as pessoas ainda me viram as costas como se fosse uma grande heresia criticar igrejas e lutar por direitos civis! Quero ver quando vocês e suas filhas forem abusados e ganharem pensões como recompensa e o pensamento consolador de que afinal é isso o que você merece por ser mulher!
O que mais vamos fazer em nome de religiões? O que mais vamos aceitar em nome de quem diz que fala por Deus, mas que na verdade não se preocupa com nada além da própria felicidade e do próprio conforto? Quando é que vamos parar para pensar que talvez Deus também queira que sejamos felizes apesar de tudo?
Enfim, muito cansada dessa Idiocracia, e dessa sociedade HIPÓCRITA E MACHISTA!

domingo, 19 de maio de 2013

Falando de assuntos polêmicos...


Desde que comecei a terapia sexual e comecei a ouvir as explicações da minha médica sobre energia sexual, venho me perguntando qual o motivo das polêmicas envolvendo o tema SEXO. Por que, afinal de contas
falar de sexo na nossa sociedade é tabu. Há tempos tudo isso tem me incomodado, e feito com que o meu pensamento vague na esperança de descobrir a resposta para essas perguntas.
Até que enfim, a terapeuta resolveu que era hora de falarmos do assunto! Um assunto que na verdade ela trataria mais para frente do tratamento, mas que no meu caso era um tema importantíssimo, por que sempre que falávamos do assunto de alguma forma ele voltava a ser tratado como um problema social e religioso e era claro o quanto isso me incomodava!
Antes de qualquer coisa, foi importante descobrir que sexo importante para todos os seres humanos do planeta, é natural e qualquer pessoa que diga o contrário está sendo altamente hipócrita! Além de ser importante é natural, e além de ser natural, a energia sexual que nos move é vital para todos os seres, é como respirar, comer e tomar água! Todos temos energia sexual, todos a usamos, mesmo que não seja direcionada exatamente ao sexo, é a energia de vida que nos move!
Mas aí voltamos as minhas questões iniciais, se sexo é tão bom e tão vital, por que todo esse tabu em relação ao assunto?
E o que me deixou mais irritada é que é uma resposta tão óbvia!!!!
Tudo começa com a religião, quando somos crianças e aprendemos que sexo é pecado, aliás que qualquer coisa relacionada a nossa queria área genital é feio e deve ser proibido, e quando você cresce (pelo menos foi assim comigo), que a sua família quando fala de sexo, apenas fica firme na afirmação de que antes do casamento é pecado, que é feio, e que mulher que faz sexo com um homem que não é o marido dela é vagabunda! Sabe, toda aquela ladainha do "pecar contra a castidade", e "se você fizer sexo, vai engravidar e isso vai me envergonhar pelo resto da vida" (a segunda frase foi bem mais presente na minha formação...), tudo isso por mais que normalmente a gente não queira ver, foi aprendido pela minha mãe no seio da religião (minha mãe é católica praticante, mas pode-se dizer isso de qualquer religião cristã, uma vez que a maioria das religiões cristãs tem os mesmos fundamentos), e afinal de contas o que pode ser pior para uma pessoa que aprendeu a valorizar a família do que descobrir se o que fizer de mais natural vai envergonhá-los e ainda estará sujeito ao castigo divino?
Começamos então dizendo que sexo é tabu, por opressão religiosa, e opressão religiosa serve para manipular massas (bom se você é uma daquelas pessoas que acreditam que a Igreja, seja ela qual for, tem o objetivo único de apenas fazer o bem, e que tudo isso é intriga dos descrentes, da mídia e da Rede Globo, é melhor parar de ler esse post por aqui!), e manipular massar sempre é produtivo dentro da política, logo é clara a parceria entre esses dois âmbitos, e se você acha que essa parceria não existe, comece a listar mentalmente quantos deputados, vereadores, senadores, etc etc etc são sacerdotes ao mesmo tempo que exercem essas funções políticas! Fez mais sentido agora?
Fiquei meio chocada de sobretudo não ter pensado nisso antes, só não fiquei ainda mais, por que me reconheço como oprimida e manipulada em relação a minha energia sexual todo esse tempo!
Mas agora sabendo a reposta, me sinto, bom para ser sincera nem sei como descrever o que sinto, por que por uma lado fiquei ainda mais revoltada, em pensar que se manipulam instintos tão naturais dos seres humanos, por outro lado sinto pena de todas as pessoas que são manipuladas, não percebem e não querem perceber por que isso abalaria de mais os seus princípios, na verdade senti vontade de me excluir do mundo por um tempo, por que é muita coisa ruim na nossa sociedade, é muita gente sedo prejudicada (assim como eu e todas as vagínicas pelo mundo) pela manutenção dos interesses dos outros!
Nem consigo ver outra forma de terminar esse post que não seja assim, revoltada, enojada com a sociedade, com raiva e com pena de todas as pessoas que vivem em função da religião, mesmo que elas também sejam hipócritas!


domingo, 28 de abril de 2013

Contradições!

Olá pessoal!
Ensaiei muito para começar uma nova postagem, por ter muitas coisas pululando na minha cabeça nesse momento, mas aqui estou escrevendo para vocês mais uma vez!
Acredito que isso aconteça em qualquer momento na vida de todas as pessoas e provavelmente o tempo inteiro, mas existem momento em que os sentimentos e os pensamentos se intensificam e a única coisa que se pode querer é sentir-se livre de todas as coisas! É mais ou menos o que venho sentindo ultimamente quando penso no tema desse blog.
Não por nada, meu marido não me cobra, minha terapeuta tem sido um anjo que apareceu na minha vida e me ajudado bastante, ao contrário do que acontecia quando eu frequentava a psicologa do posto, nunca saio de uma sessão com a sexóloga deprimida, parece que existe uma luz que emana da minha médica que afasta todas as coisas ruins e pesadas que se pode esperar de um tratamento de saúde (que fique bem claro que essa não é uma visão romântica da situação, apenas um fato, a minha médica é uma daquelas pessoas que faz com que você se sinta bem, mesmo que você esteja enfrentando um problema muito difícil, e isso tem sido muito importante para mim), sem contar que o apoio incondicional do meu marido, também tem sido algo muito além das minhas expectativas. Como já disse aqui em outras ocasiões, temos nos divertido bastante na terapia.
Mas apesar de tudo isso estar sendo muito positivo na minha vida, ainda assim existem momentos em que aparece o velho e mal desanimo, a sensação de ser uma pessoa incompleta por não conseguir alcançar uma coisa que para o resto do mundo parece tão comum e fácil! Sem contar que antes de qualquer coisa, quando finalmente tive coragem de procurar tratamento não foi apenas em função do vaginismo, sempre existiram mais problemas hormonais na minha vida com os quais eu deveria me preocupar além do vaginismo. Problemas que agora estão caminhando para serem resolvidos, mas que ainda não foram e essa ansiedade também me prejudica, eu sei, mas ainda não aprendi uma forma de controlar esse meu lado.
Estava agora a pouco a ler um relato de uma moça com vaginismo que se curou rapidamente, e sinceramente, morri de inveja! Afinal de contas, qual de nós não morreria de inveja de uma situação assim? E as coisas para ela foram de certa forma muito simples, ela sabia o motivo da manifestação do vaginismo ( um abuso sexual sofrido na infância), e simplesmente decidiu aceitar que podia ser feliz sexualmente, que poderia ter penetração e as coisas funcionaram meio que magicamente.
Começo a pensar que lá no fundo nós sabemos os motivos que nos levaram a desencadear o vaginismo, pelo menos eu acredito que sei o meu (embora não duvido que possa descobrir na terapia que o motivo é uma coisa que eu nem imaginava que me incomodava...), sei o que me incomoda, mas é algo que me incomoda tanto que entendo o fato de não conseguir lidar com isso sozinha e precisar da ajuda da minha terapeuta linda, mesmo por que na minha cabecinha problemática a solução seria resolver o que me incomoda, mas como resolver algo que envolve toda uma sociedade?
É simples, o que me incomoda foi ter sido criada em uma sociedade cheia de gente hipócrita, que te faz acreditar fazer coisas que na verdade ninguém faz! Estou começando a crer que religião é o mal da humanidade, bom na verdade para ser bem mais especifica, o cristianismo é o mal da humanidade! Não, não sou satanista nem tenho nenhum problema com Jesus, o que acontece, e que me incomoda é como tudo isso tem sido usado para manipular as pessoas, deixá-las paranóicas. Eu venho de uma família católica e machista, o que já é uma bela combinação, mas me parece que atualmente as pessoas estão propagando mais preconceitos e ideias sem fundamento com o único propósito de dizer que a felicidade do outro é errada, e que as crianças devem ser podadas naquilo que na verdade não faz mal algum a elas, mas ninguém se importa de verdade em dar educação a essas crianças, o que acontece é que os comportamentos que devem ser corrigidos ninguém corrige, e aqueles que de fato fazem parte da personalidade que aquela criança um dia vai desenvolver e que vai ser vital para que ela se torne um adulto pleno, isso sim é podado e "corrigido" segundo padrões que nem mesmo seus corretores e podadores.
Com todo o fanatismo religioso que se espalha pela nossa sociedade a única coisa que consigo vislumbrar no horizonte são muitas gerações de vagínicas, de homossexuais com problemas psicológicos por não terem a coragem de assumir o que são e pessoas com a mente cada vez mais fechada, e isso é só a minha visão de quem conhece poucos problemas psicológicos.
O fato é que o fanatismo não faz mal ao fanático, mas as pessoas que o cercam, que em algum momento acreditam que aquela pessoa em algum momento da vida foi realmente a pessoa que diz ser, correta, cheia de uma moral, que depois de um tempo você vai descobrir que ninguém tem e que no fim das contas não é saudável ter, mas quando se descobre isso você já foi afetada por essas pessoas e suas ideias destorcidas do mundo e dos seres humanos.
E como eu tenho raiva de ver as pessoas continuarem a propagar os mesmo falsos ideais, as mesmas ideias contraditórias que vão prejudicar a vida de tantas outras pessoas!
Talvez no dia em que eu aceitar que não sou capaz de mudar o mundo, me sinta mais leve!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Fazendo muita terapia...rsrsrsrsrsrs


Essa semana estou mais livre de trabalho, então lá vem postagem!
De vez em quando sempre gosto de escrever aqui por que leio textos na internet sobre vaginismo e as pessoas parecem sempre tão tristes e tão concentradas no vaginismo o tempo inteiro, que me pergunto como elas conseguem viver.
Tenho que admitir que a minha jornada com/contra o vaginismo é recente, que eu não sou como muitas das mulheres que vejo dar depoimentos na rede que convive com o problema e com os companheiros há 6, 7, 8 às vezes 10 anos, sem cura e com mais interrupções no tratamento do que tratamento em si. E não pretendo ser assim! o meu objetivo é seguir com o tratamento até o fim sem pausas, afinal quero me libertar o quanto antes dessa situação, dessa amarra psicológica que carrego comigo.
Mas o que me deixa impressionada é que parece que as pessoas APENAS falam de vaginismo e dos problemas decorrentes do mesmo, é como se olhassem para os parceiros e vissem apenas a falta de penetração. Será que é assim mesmo que funciona?
Tenho essa dúvida por que eu e o meu marido fazemos praticamente tudo juntos desde que começamos a namorar, sempre tivemos os mesmos interesses, compartilhamos as mesmas distrações, então a diversão sempre foi meio que uma prioridade no nosso relacionamento.
E o companheirismo também sempre foi meio que o nosso forte, afinal desde que casamos o vaginismo não foi a única doença que nos apareceu desde que casamos. Acho que nunca contei aqui que pouco tempo depois que casamos e descobrimos o meu vaginismo, também descobrimos que o meu marido é diabético, e de cara isso causou grandes complicações no nosso cotidiano que nem estava exatamente estabelecido ainda, mas juntos sempre demos conta desses problemas de percurso.
Entendo que o sexo seja de extrema importância dentro de um relacionamento, ma como já disse antes, sexo não significa estritamente penetração vaginal! Eu sei que a penetração é importante, mesmo por que se não fosse esse blog não existiria e nós não estaríamos aqui tratando desse assunto, mas a penetração para mulheres com vaginismo tem que ser uma meta a ser alcançada, não um motivo para que não se tenha NENHUMA experiencia sexual! Existem outras formas de sexo e elas devem ser aproveitadas sim! Com calma e tentando manter em mente que todas as formas de sexo são naturais, saudáveis e benéficas ao casal, e que nada, nenhuma vontade ou limitação na relação sexual deveria ser vergonha para ninguém.
Eu mais do que ninguém sei que tudo isso é difícil, mas se não começarmos de algum lugar, nunca conseguiremos dar nenhum passo rumo a lugar nenhum, ficaremos eternamente estagnadas nessa prisão sexual psicológica, imposta por nós mesmas e por uma sociedade hipócrita cheia de falso moralismo, e de uma cristianismo contraditório e ultrapassado!
Tentem desencanar tento em relação ao sexo que as coisas ficam mais fáceis e começam a se resolver mais rápido!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Terapia sexual em casal!


Ai gente, demorei muito para publicar outro post em função das correrias do cotidiano, e ultimamente na minha vida tem sido difícil até parar em casa cinco minutos e ter tempo e paz espiritual para poder escrever qualquer coisa!
Enfim, como já tinha dito no post anterior, finalmente consegui começar a terapia com a sexóloga, e sendo bem sincera, mesmo que no início eu estivesse muito empolgada com a ideia, mas achando meio difícil de imaginar, tá sendo super legal, por mais estranho que isso possa parecer.
Nossos assunto de início tem sido bem básicos mesmo, mas bastante necessários, conversamos bastante sobre o que significa sexo na vida das pessoas, qual a importância da energia sexual no nosso cotidiano, etc etc etc, o que tem sido mais interessante é que o meu marido está sempre por perto, é como se fizéssemos aquelas terapias de casais que aparecem nos filmes, com a diferença de que não estamos ali por que temos um problema em nosso relacionamento causado por nós mesmos, estamos tentando resolver os meus problemas e ele está ao meu lado de todas as formas que poderia estar.
É obvio que isso tem fortalecido o nosso relacionamento enormemente, e o mais legal é que com toda essa conversa eu tenho conseguido me soltar mais com ele no que se relaciona a sexo, temos tido momentos muito divertidos e prazerosos, claro que por enquanto sem penetração, mas muito mais tranquilos e relaxados e livres do que era antes.
Tem sindo bastante produtivo, para nós dois, e começo a pensar que terapia sexual TEM que ser feita a dois, afinal, o sexo não é o que se busca nesse tipo de terapia? E o sexo não tem que ser feito a dois? Logo qual o sentido de nos separarmos de nossos parceiros nesse tipo de momento? E de qualquer forma é muito fácil jogar toda a responsabilidade pelo tratamento nas costas da mulher apenas pelo fato de que o problema é no corpo dela, mas não é o nosso corpo que vamos dividir no momento do ato sexual?
De vez em quando temos a visão freudiana de que todos os nossos problemas psicológico relacionados a sexo tem a ver com a nossa família, mais especificamente com nossas mães, mas começo a perceber que não é exatamente assim, por que afinal de contas por mais reprimidas por nossas famílias que possamos ser, sempre temos a opção de seguir nosso caminho da maneira que acharmos melhor, afinal a vida é nossa, e somos nós que a decidimos, o que ouvimos ou deixamos de ouvir, o que seguimos ou deixamos de seguir, tudo o que fazemos é decisão nossa.
Não que ter vaginismo seja nossa opção, as vezes somos influenciados e nem percebemos, não conseguimos ver a quanto o nosso subconsciente é poderoso, mas na parte que podemos controlar, no nosso consciente, é opção nossa, nós escutamos quando queremos e damos brechas para coisas que não queremos absorver entrarem em nossa vida.
Enfim, estou gostando muito da terapia sexual, mais uma vez, estou vendo as diferenças em mim, estou admitindo o que faço de errado comigo, e por mais que eu saiba que não vou me curar amanhã, sei que hoje estou um passo mais a frente na busca cura do que estava ontem.